O trajeto histórico da sociedade ocidental e mo...o trajeto histórico da sociedade ocidental e moderna acompanha um intrincado cenário de poder e saber que cauciona leituras sobre a realidade, a subjetividade, o conhecimento, bem como, adota os parâmetros da metafísica da presença e da lógica formal. o poder se articula ao saber e sustentam teorias e práticas nas mais diversas áreas do conhecimento que tanto ancoram as representações identitárias e a linguagem quanto positivam os pressupostos da modernidade. assim, a lógica formal e a metafísica da presença sustentam o modelo hegemônico de conhecimento centrado na modalidade denominada ciência e na modalidade de constituição subjetiva calcada no sujeito epistêmico e na representação identitária. a partir do exposto é possível entender que o modelo tradicional hegemônico de conhecer e de subjetivar também se sustenta ao propor a elaboração e a validação de uma rede conceitual que dissemina uma linguagem centrada em conceitos que procuram se estabelecer como verdadeiros e disseminar a concepção do signo como constituído pelo representado e pelo representante a partir da articulação entre significante e significado (foucault, 1987, 1990; morin, 1998, 2006; canguilhem, 1977; derrida, 1971, 1991, 1999, 2002, 2008). no cenário contemporâneo o conhecimento produzido por diferentes áreas apontam à necessidade da assunção de outros elementos para além dos pressupostos hegemônicos calcados no sujeito cognoscente e na lógica formal causal e linear em outras palavras, o método científico diz respeito a específico modo de produção e de transmissão do conhecimento que conquista hegemonía no ocidente moderno. assim, as matrizes teóricas que sustentam a maioria das teorias e das práticas encontram respaldo nos pressupostos da tradição predominante e do método cartesiano que desqualificam o devir, o negativo, o descontínuo, a diferença, o indecidivel, a contradição (morin 1998, 2006; foucault, 1987, 1990; butler, 2003, 1997; chaui, 1998, 2006). não obstante, modalidades contemporâneas de produzir e de transmitir conhecimento são produzidas por áreas como a física, a matemática, a filosofia, dentre outras, e questionam a primazia dos pressupostos da lógica formal, da exclusividade do universal, da relação causal linear, da representação identitária. ou seja, diversas áreas do conhecimento estão a produzir novas modalidades de concepções epistemológicas e ontológicas, pois, trabalham com pressupostos excluídos do método tradicional, tais como os conceitos de singular, descontínuo, devir, diferença, negativo, contradição, indecidível. de forma específica, derrida analisa e critica o conceito de signo que acompanha as leituras clássicas da linguagem, e o conceito de identidade, ao criticar a predominância da substância como referência a constituição da realidade. derrida propõe os conceitos de rastro, differánce, devir, khôra, dentre outros, contrapondo-os aos conceitos de representação identitária e de linguagem como signo composto pelo par binário significante e significado. assim, as leituras de derrida possibilitam questionar a presença e a substância como modalidades a priori para configurarem a linguagem e para a representação identitária. essa afirmação demanda problematizar a modalidade epistemoógica moderna que organiza um pensamento, uma linguagem, uma escrita, ancorada na operação de representar que supostamente (re) apresenta ao sujeito a temporalidade e a materialidade da realidade, do conhecimento e da subjetividade. considerando esse contexto marca esta pesquisa um estudo teórico com base nos aportes teóricos e críticos de jaques derrida que visa analisar os conceitos de linguagem e representação identitária nas suas relações com o processo de produzir conhecimento denominado método e com o modo de subjetivar conceituado como representação identitária. assim, esta pesquisa apresenta um aspecto qualitativo, em função da natureza do problema investigado, e utiliza o referencial de que o singular não se dissocia do universal, o sujeito não se separa do objeto, bem como, a teoria não se dissocia da prática. como recurso privilegiado será realizado o recorte de obras de jaques derrida nas quais o autor opera com a crítica aos pressupostos que sustentam os conceitos de linguagem e representação identitária, elaborando contrapontos a partir dos conceitos de devir, traço, differánce, khôra. na sequencia será realizada a análise dos livros do autor que abordam os conceitos mencionados a partir dos recursos teóricos oriundos do próprio autor. nessa análise derridiana entre em jogo a leitura de derrida sobre a linguagem que pontua críticas tanto à concepção do autor sobre a tradução, o contexto, e sobre o signo, ou seja, critica-se tanto o signo como dividido em significante e significado, quanto a suposta transparência entre experiência, subjetividade e representação escrita ou imagética. para o autor o trabalho de lidar com a linguagem, os conceitos e com o con(texto) demanda considerar a própria compreensão crítica sobre a linguagem e relevar o trabalho do pesquisador e dos profissionais das mais diversas áreas com o limites da tradução e da análise. o tradutor opera em dívida para com o traduzido, o que não impede a realização do trabalho, porém, demanda um caminho ético ao lidar com o outro e com seu (con)texto (derrida, .1971; 1991; 1994; 1995; 1997; 2001; 2001ª; 2001b; 2002; 2008). para derrida sustentar concepções sobre o conhecimento e a realidade ancorados no trabalho com o descontínuo, a diferença, o indecidível, o devir, constitui ponto imprescindível à crítica direcionada ao conhecimento e ao poder. essa posição implica tanto na crítica a perspectiva do denominado conhecimento restrito a lógica formal quanto na constituição subjetiva restrita à representação identitária. espera-se que esta pesquisa sustente a produção de relatórios, artigos, apresentação de papers em congressos e seminários, dentre outras atividades. ainda, espera-se que a pesquisa possa colaborar com o trabalho de ampliar as possibilidades e potencialidades do ato de conhecer e de subjetivar o que pode redundar em novas formas de produzir e de transmitir conhecimento que não sejam marcadas de forma precípua pelo poder e pela dominação calcada na hierarquia e no binarismo. dessa forma, conforme afirma derrida, interessa desconstruir o modo de subjetivar e de conhecer calcado na perspectiva da metafísica da presença e da lógica formal.