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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Filosofia e Ciências Humanas

Departamento: História/HST

Dimensão Institucional: Pesquisa

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa

Título: “CULTURA POLÍTICA” E ELEIÇÕES DE REITORES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (2008-2012).

Coordenador
  • ROSELANE NECKEL
Participante
  • ROSELANE NECKEL (D)

Conteúdo

Este projeto de pesquisa é a continuidade da pe...este projeto de pesquisa é a continuidade da pesquisa realizada no estágio pós- doutoral na universidade do porto entre 2016-2017. nosso período de pesquisa na universidade do porto possibilitou a realização de entrevistas, levantamento bibliográfico e documental sobre a escolha de reitores na universidade do porto. nosso objetivo geral é realizar uma análise comparativa, verificando as similitudes e diferenças dos processos de escolha de reitores entre a universidade do porto e a universidade federal de santa catarina, entre 2008-2012. nesse sentido, vamos dar continuidade à pesquisa já iniciada coletando dados sobre o processo de escolha dos reitores na universidade federal de santa catarina entre 2008-2012. assim, pretendemos aprofundar as análises históricas sobre o relacionamento entre a sociedade que reforça valores individualistas, de consumo hiperindividualista, hedonista e a participação política das comunidades da universidade federal de santa catarina e da universidade do porto. considerando, que estes valores ao serem investidos como regras, para homens e mulheres, pela insistência da esfera pública, perderam suas singularidades, e o que sobra, como lembra denise bernuzi sant'anna, em sua obra corpos de passagem (2001, p.117) é o “dever” de os sujeitos alcançarem a “felicidade” de todas as formas, transformando o “sucesso individual o princípio fundamental da existência humana” . refletir, sobre os processos de globalização desses valores e suas influências, na cultura política da comunidade universitária da universidade federal de santa catarina e da universidade do porto continua sendo o nosso maior desafio. a primeira impressão é de que a cultura política da maioria dos membros da comunidade universitária e dos movimentos sociais em seu interior, não consegue se afastar dos valores e sentimentos característicos da sociedade “individualista” e “consumista”. assim, as universidades seriam um mero “reflexo” da sociedade? trata-se de um tema difícil de abordar: afinal, estaremos entrando num emaranhando de compreensões que, às vezes, podem apontar a necessidade de ampliar as análises em torno das funções da universidade e da “democracia” na universidade em particular e na sociedade em geral. quero salientar a relevância dos estudos de zygmunt bauman e suas obras modernidade líquida (2001) e sociedade individualizada (2008) para tratar desses temas, especialmente sobre a sociedade individualizada, onde ele escreve sobre a ordem do dia de uma sociedade “reflexiva” da vida contemporânea; ele insiste, em suas várias obras, que todos nós somos “indivíduos por decreto”, que somos os “políticos da vida” , mais do que membros de uma sociedade organizada politicamente”; tendemos a ser contadores de histórias compulsivos e encontramos poucos ou nenhum tópico mais interessante do que nós mesmos para nossas histórias- nossas emoções, sensações e medos (bauman, 2008). as questões apontadas por bauman instigam-nos a pensar que os indivíduos em questão são “indivíduos por decreto”, livres para escolher, mas que se omitem de seu papel político no interior das instituições. nas consultas informais realizadas na ufsc em 2008 e 2011, a participação da comunidade universitária não chegou a 30%. em portugal, o regime jurídico das instituições de ensino superior (rjies), a lei nº 62/2007, 10 de setembro, definiu a nomeação do reitor por um conselho geral, com a participação de membros externos à universidade. essa foi uma das principais modificações na governança das instituições portuguesas. se passou de um modelo colegial, de base interna, com múltiplas sedes de governança estratégica das instituições a um conselho geral, de constituição mista. o que aguça e estimula minha fleuma de pesquisadora é buscar fontes que nos ajudem a esclarecer como se dão estes distintos processos eleitorais, visando fazer uma análise comparativa entre o modelo de escolha dos reitores da universidade do porto e na universidade federal de santa catarina, e os reflexos na organização administrativa e acadêmica de ambas as universidades. a partir da pesquisa, acredito também que poderemos observar os comportamentos políticos daqueles que se dizem defensores da “democracia” e se existem projetos de “bem comum” que caracterizam esses movimentos. além disso, podemos observar quais são as ideias sobre a função da universidade nos dias que correm. o panorama político atual no brasil e as possibilidades da internet apresenta-se como um campo fértil para fazer essa incursão e abrir a ‘arca das memórias’ cheia de ‘manifestos’, artigos, e-mails, mensagens nas redes sociais que além de fazer pensar sobre a universidade, sobre os posicionamentos políticos de estudantes, professores e técnicos administrativos em educação da universidade federal de santa catarina, na defesa da democracia e das eleições internas nas universidades com voto proporcional, paritário ou universal para escolha dos reitores nas universidades brasileira. no que diz respeito às fontes e às leituras que serão realizadas, para fundamentar meu trabalho. há muito tempo, a historiografia abandonou a certeza da neutralidade, reconhecendo que os historiadores possuem subjetividades e consciências. a exigência desse distanciamento afastava os historiadores da análise de contextos históricos próximos ou presentes. nesta pesquisa que vou realizar tenho clareza de que estarei escrevendo uma “história do tempo presente”. meus escritos e minha pesquisa estão sendo construídos a partir de experiências vivenciadas no presente e com paixões ainda acesas, “no calor da hora”. mas este não é mais um problema para os historiadores, pois está claro que a verdade na história, é a regra de ouro de todo historiador. é com essa perspectiva que estou escrevendo esse projeto de pesquisa, desconsiderando os questionamentos sobre meu “envolvimento emocional”, que é um risco que posso e quero correr, posto que não há escrita neutra da história. com a abordagem comparativa, busca-se compreender inicialmente as particularidades e diferenças de um determinado contexto ou acontecimento histórico e, especialmente, as similitudes, que propiciam análises muito interessantes e diferenciadas do que se pode fazer em “estudos de caso”. estamos fazendo, também, uma história que associa países que têm relações entre si, como é o caso de portugal e brasil. com o processo de entrecruzamento dos contextos históricos, vai ser possível observar, ao mesmo tempo, a história compartilhada entre pessoas em lugares diferentes e as diferentes construções culturais e sociais sobre um mesmo tema- a escolha de reitores das universidades e a cultura política. meu entendimento sobre cultura política, e a possibilidade de utilizá-la nesta pesquisa, é que se trata de um conceito multidisciplinar, que foi muito bem apresentado por karina kuschnir leandro piquet carneiro, no artigo “as dimensões subjetivas da política: cultura política e antropologia da política”(in. revista estudos históricos, n.24,1999, p.227-228).para esses autores, “a noção de cultura política refere-se ao conjunto de atitudes, crenças e sentimentos que dão ordem e significado a um processo político, pondo em evidência as regras e pressupostos nos quais se baseia o comportamento de seus atores.” neste caso, é preciso estar atento “ à convivência de múltiplos códigos culturais que não estão, necessariamente, circunscritos a regiões geograficamente delimitadas nem a instituições sociais específicas. a compreensão do comportamento individual partia do princípio de que indivíduo e sociedade reforçam-se mutuamente, não constituindo entidades distintas” (idem, p.228-229). a cultura política, por ser uma categoria de análise do comportamento político, está vinculada a uma preocupação quanto ás condições de desenvolvimento de sistemas políticos democráticos. “dessa forma, em sua própria gênese, o conceito de cultura política não pode ser dissociado da idéia de um modelo de comportamento político nas democracias participativas”(idem, p.230). inicialmente, será feito a consolidação do levantamento de informações inicialmente realizadas nos relatórios das consultas sobre os processos eleitorais realizadas na ufsc em 2008 e 2011, sobre o número de candidaturas, de eleitores, de participantes efetivos e dos resultados eleitorais. a partir dessa consolidação será possível analisar e comparar o que foi encontrado nos arquivos da universidade do porto, nos documentos referentes às escolhas realizadas pelo conselho geral, a partir de 2007. outra parte da pesquisa será feita em periódicos, artigos e textos diversos que estão em sites e blogs na internet, de professores, técnicos e estudantes na ufsc. esta é uma investigação inovadora e necessária para pensar sobre a governança das universidades públicas na sociedade brasileira e portuguesa, mas, especialmente, como a escolha de seus dirigentes afetam seus fins, seus propósitos e as definições sobre seus objetivos e sua missão.

Índice de Shannon: 1.97321

Índice de Gini: 0.494886

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
1,59% 1,38% 1,69% 4,94% 3,20% 1,22% 1,27% 1,89% 3,38% 2,27% 1,89% 1,03% 1,01% 1,14% 1,56% 70,55%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

1,59%

ODS 2

1,38%

ODS 3

1,69%

ODS 4

4,94%

ODS 5

3,20%

ODS 6

1,22%

ODS 7

1,27%

ODS 8

1,89%

ODS 9

3,38%

ODS 10

2,27%

ODS 11

1,89%

ODS 12

1,03%

ODS 13

1,01%

ODS 14

1,14%

ODS 15

1,56%

ODS 16

70,55%