
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências Biológicas
Departamento: Botânica/BOT
Dimensão Institucional: Pesquisa
Dimensão ODS: Ambiental
Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa
Título: PREDITORES DO POTENCIAL DE INVASÃO E DE IMPACTOS PROVOCADOS POR ESPÉCIES VEGETAIS INTRODUZIDAS EM ECOSSISTEMAS COSTEIROS
Coordenador
- PEDRO FIASCHI
Participante
- MICHELE DE SA DECHOUM (Di)
- PEDRO FIASCHI (D)
Conteúdo
A movimentação de espécies de plantas ao redor ...a movimentação de espécies de plantas ao redor do globo por ação humana tem sido intensificada no decorrer da história da humanidade. tamanhos vêm sendo os aumentos em intensidade e frequência de introdução, que uma das características que define a nova era geológica, nomeada antropoceno, é a erosão de barreiras biogeográficas por meio de introduções de espécies em novas regiões. espécies são introduzidas acidental e voluntariamente, e, à medida que produzem descendentes e estabelecem uma população no local de introdução, são ditas estabelecidas ou naturalizadas. quando ultrapassam filtros ou barreiras ambientais nas escalas regional e local e estabelecem novas populações além do(s) ponto(s) de introdução, podem dar início a processos de invasão biológica. espécies exóticas invasoras provocam impactos ecológicos, econômicos e sociais em suas novas áreas de ocorrência, sendo atualmente reconhecidas como uma das principais causas de impactos à biodiversidade e ao funcionamento de ecossistemas.
invasões por plantas ocorrem como resultado da combinação de características biológicas das espécies introduzidas, de características das comunidades que as recebem, de fatores abióticos locais e da pressão de propágulos da espécie introduzida. o potencial de invasão por plantas introduzidas é determinado por diferentes atributos biológicos que variam em importância de acordo com o local onde a espécie é introduzida, podendo também variar de acordo com o grupo taxonômico e com os estágios do processo de invasão.
entretanto, sabe-se que os atributos que determinam o potencial de invasão são diferentes daqueles que determinam os impactos provocados pelas espécies, não havendo uma correlação entre potencial de invasão e impactos. apesar da magnitude de impacto ser decorrente da abundância e da amplitude de distribuição, uma espécie introduzida com distribuição limitada pode causar maiores impactos do que uma espécie amplamente distribuída. sendo assim, estratégias de manejo de espécies exóticas invasoras exigem avaliações de atributos que são relevantes para o potencial de invasão, das diferentes etapas do processo, de atributos relevantes para os impactos provocados, e ainda daqueles que são relevantes para esses dois aspectos.
os impactos negativos provocados por espécies exóticas invasoras têm comprometido serviços providos por ecossistemas costeiros, aumentando a vulnerabilidade dos mesmos frente a mudanças climáticas e comprometendo a mitigação de impactos oriundos de eventos climáticos extremos. de maneira cíclica e sinérgica, eventos climáticos extremos podem remover a biomassa da vegetação costeira, reduzindo a resistência de comunidades nativas ao estabelecimento de plantas exóticas e, em alguns casos, a vantagem competitiva de espécies nativas. esses eventos podem também promover o transporte de propágulos de plantas exóticas, potencialmente aumentando a capacidade de colonização de novas regiões.
objetivo geral e objetivos específicos
considerando o enunciado do problema exposto, tem-se como objetivo geral neste projeto verificar quais atributos biológicos (fisiológicos e ecológicos) são compartilhados por plantas exóticas invasoras em ecossistemas costeiros em escala global. os objetivos específicos são: (1) identificar atributos biológicos relevantes no processo de invasão biológica em ecossistemas costeiros; (2) identificar atributos biológicos que estejam associados aos impactos provocados e; (3) verificar quais atributos são relevantes para ambos os aspectos, de modo a prover base técnico-científica para a priorização do manejo de espécies exóticas invasoras em áreas naturais costeiras.
métodos
neste trabalho serão considerados ecossistemas costeiros temperados, tropicais e subtropicais em um contexto global, incluindo praias e dunas, marismas, manguezais, áreas úmidas costeiras, costões rochosos e estuários (unep, 2006). a busca de espécies vegetais invasoras nesses ecossistemas será iniciada pelo acesso ao isi web of knowledge e ao google scholar, por meio do qual serão feitas pesquisas para a identificação de publicações, websites, conjuntos de dados e literatura cinza sobre impactos negativos provocados por plantas exóticas invasoras em ecossistemas costeiros. bases de dados nacionais e internacionais disponíveis online sobre espécies exóticas invasoras também serão consultadas (exemplos: global invasive species database, cabi invasive species compendium, global compendium of weeds).
a partir da lista de espécies definida, serão buscadas em literatura informações biológicas, ecológicas e fisiológicas das espécies listadas, tais como: área de distribuição natural (em graus latitudinais), forma de vida, altura máxima, metabolismo fotossintético (c3, c4 ou cam), presença de espinhos e pelos nas folhas, tamanho e espessura das folhas, sistema de reprodução (vegetativa, assexuada ou ambos), estruturas reprodutivas (sementes, estolões, rizomas, etc), síndrome de polinização, síndrome de dispersão, dentre outros. atributos poderão ser incorporados ou excluídos dependendo da facilidade/dificuldade de obtenção de dados.
uma nova busca bibliográfica será realizada para avaliação dos impactos provocados por cada espécie. a categorização e gradação do nível de impactos ambientais e socioeconômicos provocados serão feitos com base no giss (generic impact scoring system), método de avaliação de impacto que vem sendo constantemente modificado/melhorado e que permite a comparação da magnitude de impactos entre espécies e grupos taxonômicos.
por fim, análises de ‘árvore de decisão’ (decision-tree analyses) serão utilizadas para identificar quais atributos biológicos estão associados ao sucesso de invasão por espécies exóticas em ambientes costeiros, quais estão associadas ao grau de impactos provocados pelas mesmas, e quais estão associados a ambos.
resultados esperados e sua aplicabilidade
dados os elevados valores econômico, cultural e estético atribuídos a muitas espécies exóticas e a limitada disponibilidade de recursos para gerir os seus impactos negativos, um desafio fundamental para gestores de áreas naturais é identificar futuros invasores e as espécies exóticas com maior potencial de causar danos. sendo assim, do ponto de vista de disponibilização do conhecimento gerado para aplicação prática, espera-se que a identificação de atributos biológicos relacionados com o potencial de invasão e com impactos provocados possam ser úteis para gestores públicos e privados na gestão e manejo de espécies exóticas invasoras em zonas costeiras. alguns exemplos dessa aplicação prática seriam a definição de prioridades para controle e erradicação com um enfoque preventivo e o embasamento técnico para a tomada de decisão no que se refere à introdução voluntária e ao uso de espécies para fins diversos em regiões costeiras.
para que a informação seja disponibilizada aos gestores e ao público em geral, elaborar-se-á um resumo executivo do trabalho, em português e com linguagem clara e acessível, por meio do qual serão apresentados os principais impactos provocados por espécies exóticas invasoras em ecossistemas costeiros e diretrizes para priorização do manejo.
do ponto de vista científico, pretende-se publicar ao menos um artigo científico em revista internacional com elevado fator de impacto – biological invasions ou journal of applied ecology. pretende-se seguir na estruturação da rede de cooperação internacional e no desenvolvimento da base de dados global sobre invasões biológicas em ecossistemas costeiros.
Índice de Shannon: 3.67273
Índice de Gini: 0.900557
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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2,55% | 3,36% | 3,88% | 3,28% | 3,17% | 4,76% | 4,71% | 3,58% | 5,83% | 3,33% | 5,36% | 4,03% | 11,07% | 20,43% | 14,78% | 5,85% |
ODS Predominates


2,55%

3,36%

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3,17%

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4,71%

3,58%

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