
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências Agrárias
Departamento: Zootecnia e Desenvolvimento Rural/ZOT
Dimensão Institucional: Pesquisa
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Projeto de Pesquisa
Título: SISTEMAS SILVIPASTORIS E SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS: O ENTENDIMENTO DO SETOR LÁCTEO DA REGIÃO DA ENCOSTA DA SERRA CATARINENSE (7/18 2/19)
Coordenador
- ABDON LUIZ SCHMITT FILHO
Participante
- ABDON LUIZ SCHMITT FILHO (D)
- ALFREDO CELSO FANTINI (D)
- DAISY CHRISTIANE ZAMBIAZI (Di)
- LUNEL JOSEPH (Di)
- PAULO ANTONIO SINISGALLI
Conteúdo
a produção de leite é considerada um ... a produção de leite é considerada um setor importante e ocupa posição de destaque no mercado internacional e no cenário econômico brasileiro. no período de 2000 a 2015, a produção leiteira no brasil cresceu 72,3% e posicionou o país como o quarto maior produtor de leite no mundo (fao 2017). a região sul do brasil ocupa, desde 2014, a primeira posição no ranking das grandes regiões, sendo responsável por 35,2% da produção nacional em 2015 (ibge 2015). o estado de santa catarina, localizado no sul do brasil, é o quinto maior produtor de leite do país (ibge 2012). aproximadamente 83% do leite em santa catarina é produzido por agricultores familiares e em pequenas propriedades (ibge 2012), o que resulta em renda para cerca de 50 mil famílias (dos santos et al. 2006) e gera milhares de empregos diretos e indiretos (mello and ferrari 2003).
na região do vale do rio braço do norte e encostas da serra geral, sul do estado de santa catarina, a tipificação dos produtores e sistemas de produção de leite apresentou dois principais grupos de produtores ou sistemas de produção leiteira, o semi-confinamento tradicional e o pastoreio voisin, com características produtivas específicas. as principais características que destacam esses dois sistemas são variáveis relacionadas ao manejo de pastagem e alimentar de vacas leiteiras (balcão et al. 2017). o semi-confinamento tradicional se caracteriza como um sistema com maior utilização de insumos industriais e alta utilização de silagem e concentrado na alimentação do rebanho leiteiro (balcão et al. 2017; bauer et al. 2009). além disso, os animais têm acesso à pastagem constantemente degradada devido ao manejo extensivo (bauer et al. 2009).
o processo de confecção de silagem e uso de concentrado e produtos industrializados potencializam os impactos ambientais negativos, pois sua produção envolve grande utilização de agrotóxicos e quantidade de resíduos poluentes (o’brien et al. 2012; flessa et al. 2002), além de problemas com erosão e lixiviação de fósforo (belflower et al. 2012). por consequência, o sistema de semi-confinamento tradicional inviabilizou as pequenas propriedades familiares, elevando os custos de produção e comprometendo as funções e os serviços ecossistêmicos necessários para a própria produção agrícola (rizzoli and schmitt 2007). alguns produtores de leite ficaram insatisfeitos com relação ao sistema de produção tradicional semi-confinada e migraram para o sistema de pastoreio voisin, projeto implantado pelo grupo de pastoreio voisin da universidade federal de santa catarina (schmidt et al. 2014; schmitt et al 2010; rizzoli and schmitt 2007).
o pastoreio voisin se apresenta como um sistema agroecológico de produção animal em que o agricultor controla a frequência e a intensidade de pastoreio, aumentando substancialmente a produção forrageira e a produção animal (schmitt et al 2013; 2010). desenvolvido na frança por andré voisin, o então denominado de pastoreio racional é um sistema intensivo de produção à base de pasto que consiste na divisão da área de pastagem em parcelas ou piquetes e no controle do tempo de repouso e ocupação de cada piquete (murphy 1987). o sistema de pastoreio voisin implica naturalmente a manutenção e elevação da fertilidade do solo, a maximização do uso de recursos disponíveis na propriedade, o que resulta em maior lucratividade real, a produção de alimentos sem uso de agrotóxicos, e o respeito ao bem-estar animal (murphy et al. 2008). esse método de produção também visa utilizar técnicas de manejo e conservação do solo, da água e da paisagem (machado 2004; melado 2003).
no sul de santa catarina, a produção de leite passou de 2.188.000 litros em 2002, para 3.940.000 em 2010, um aumento de 80% (ibge 2016) em virtude inclusive da produção de leite à base de pasto em sistema de pastoreio voisin (epagri/cepa 2016). os autores consideram a produção de leite neste sistema como uma alternativa viável para a produção de leite na agricultura familiar do estado. atualmente, o sistema é utilizado amplamente na encosta da serra catarinense e litoral (epagri/cepa 2016).
entretanto, os produtores de leite vêm enfrentando o problema da falta de sombra nas pastagens e notam que a falta de sombreamento natural nos piquetes de pastagens é um fator prejudicial para a produção animal, principalmente nos meses mais quentes do ano (pitton filho 2014), o que tem se mostrado como fator de impacto sobre a produtividade e qualidade do leite (porfírio-da-silva 2003). este fato pode ter gerado, entre os produtores, uma nova demanda por elementos florestais nos piquetes de pastagens (pitton filho 2014). ainda pode ter causado a mudança de percepção dos produtores com relação às práticas silvipastoris (epping 2003).
a vegetação arbórea é um “complemento necessário” da produção de leite à base de pasto, pelos benefícios que traz para o solo, para os pastos e para os animais (dias-filho 2006; machado 2004; carvalho et al. 2002). diferentes serviços ecossistêmicos são viabilizados através da adoção dos sistemas silvipastoris (schmitt et al. 2013). deve ser dada ênfase ao incremento de produtividade, a melhoria da ciclagem de nutrientes e biocenose, a conservação e aproveitamento da água, habitat além da melhoria das condições ambientais de produção, ao bem-estar dos animais e a qualidade de vida dos produtores (farley et al. 2010). além disso, a integração de árvores, pastagens e animais em um sistema silvipastoril tem potencial para o aumento da fertilidade do solo, a redução da erosão hídrica, a melhoria da qualidade da água, o aumento da biodiversidade, o sequestro do carbono (nair et al. 2009; williams-guillén et al. 2008; garrity 2004; garrett and mcgraw 2000), e o alívio da pobreza, não só para os proprietários ou produtores, mas também para a sociedade em geral (jose 2009).
com base nos serviços ecossistêmicos e benefícios ambientais oferecidos pelos sistemas silvipastoris, as questões bastante discutidas recentemente são: qual é a posição dos produtores de leite com relação à integração dos componentes arbóreos em pastagens? existe posicionamento distinto e particular entre produtores adotantes e não adotantes do sistema voisin? qual é a posição deles em relação à possibilidade de implantação de sistemas silvipastoris em suas propriedades? para que se possa sugerir melhorias nas condições das unidades de produção de leite é condição entendermos as aspirações e posicionamentos dos produtores. desta forma, o objetivo do presente estudo é avaliar e comparar o posicionamento dos dois grupos de produtores de leite, voisinistas e não voisinistas, com relação aos serviços ecossistêmicos e benefícios ambientais proporcionados pelo sistema silvipastoril, bem como à possibilidade de implantação do sistema nas propriedades.
esta pesquisa utilizará um banco de dados que o laboratório compartilha com a epagri não sendo feitas entrevistas ou havendo quaisquer interações com os agricultores.
Índice de Shannon: 2.25461
Índice de Gini: 0.594198
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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ODS Predominates


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