O presente trabalho tem por objetivo analisar a fundamentação e o convencimento motivado nas decisões interlocutórias, adotando o método dedutivo. a análise do tema tem como ponto de partida quatro premissas. a primeira remete à tutela jurisdicional e as modificações havidas com a constituição de 88. a segunda trata da necessidade de concretização da norma a cada caso, retomando a importância do caso concreto. a terceira explora a insuficiência dos métodos tradicionais de interpretação, posto que o texto legal não possui sentido único ou inerente à sua natureza. a quarta e última enfrenta os limites existentes ao convencimento motivado, especialmente em razão da natureza da tutela jurisdicional, da necessidade de concretização da norma e da insuficiência dos métodos tradicionais de interpretação. ao final, são enfrentados os elementos críticos na fundamentação das decisões interlocutórias: a mera afirmação do (não) preenchimento de requisitos legais como fundamento; (ii) o uso de precedentes para verificação da probabilidade do direito; (iii) a definição de quem é o destinatário da prova; (iv) os limites para o (livre) convencimento motivado em concreto; e (v) o uso das regras de experiência. a conclusão é de que em cada uma dessas decisões há um ônus forte de fundamentação para o julgador.