No presente estudo fibras e fibrilas de celulose foram obtidas de resíduo de sisal e incorporadas em filmes de quitosana. para tanto, o trabalho foi dividido em três etapas. na primeira etapa, as fibras de celulose foram isoladas de fibras de sisal (resíduo) utilizando dois tratamentos, em meio ácido e em meio básico. na segunda etapa, as fibras de celulose foram submetidas à hidrólise enzimática e ultrassonicação a fim de reduzir o tamanho das mesmas para obter fibrilas de celulose. na terceira etapa, as fibras e fibrilas foram dispersas em solução de quitosana para formação de filmes por casting. na etapa de obtenção das fibras de celulose as propriedades das fibras foram avaliadas com relação à cor, morfologia, tamanho, composição química, comportamento térmico e cristalinidade. os tratamentos ácido e básico produziram fibras menores, de coloração branca e com maior grau de cristalinidade que as fibras de sisal. o tratamento ácido foi mais efetivo na desfibrilação e redução de tamanho das fibras em comparação com o tratamento básico, além de agir preferencialmente na retirada de lignina enquanto o tratamento básico agiu mais fortemente na retirada da hemicelulose. as fibrilas obtidas na segunda etapa foram analisadas em termos de estabilidade, morfologia, tamanho, composição química, cristalinidade e comportamento térmico. as fibrilas apresentaram dimensões menores (em escala micro e nanométrica), aumento no índice de cristalinidade e alteração no comportamento térmico quando comparadas às fibras de origem. sendo que as fibrilas pré-tratadas em meio ácido apresentaram dimensões menores e consequentemente foram mais estáveis em água que as fibrilas pré-tratadas em meio básico. na terceira etapa, os filmes de quitosana e quitosana com 5 e 10 % de fibras e fibrilas foram caracterizados com relação ao aspecto visual, rugosidade superficial, morfologia, propriedades mecânicas e de barreira à água. os filmes com fibras e fibrilas apresentaram-se mais opacos que os filmes de quitosana, além da presença das mesmas alterar o perfil de rugosidade superficial dos filmes. no entanto, como a adesão interfacial entre as fibras e fibrilas com a matriz de quitosana foi insatisfatória, não foi possível observar modificações significativas nas propriedades mecânicas e de barreira à água dos filmes de quitosana após a adição das fibras e fibrilas