Esta dissertação tem por objetivo analisar o processo de intensificação do trabalho e as consequências sobre a saúde dos trabalhadores docentes efetivos e sindicalizados do centro de ciências da educação da universidade federal de santa catarina. fundamentada nos preceitos da saúde coletiva e da saúde do trabalhador, foi realizado um estudo transversal de caráter exploratório, de natureza aplicada e abordagem qualitativa, priorizando a profundidade do tema a partir das percepções dos entrevistados. a coleta de dados ocorreu por meio de pesquisa documental seguida de entrevistas semiestruturadas realizadas com 11 trabalhadores docentes intencionalmente convidados, de maio de 2018 a agosto de 2019, com base no questionário elaborado em conjunto com o grupo de trabalho de seguridade social e assuntos de aposentadoria da seção sindical do andes-sn, seção ufsc. o tratamento dos dados seguiu o método hermenêutico-dialético, por meio da qual foram identificadas as seguintes categorias: ritmo de trabalho, prolongamento do trabalho, administração por estresse e aspectos subjetivos e ideologia. os resultados evidenciaram as práticas de exploração e expropriação do saber dos trabalhadores explicitadas nas categorias encontradas, além da percepção para ¿ dos entrevistados de que há adoecimento dos docentes associado ao processo de trabalho intensificado. como estratégias de enfrentamento elencadas pelos entrevistados encontram-se as práticas individuais de autocuidado como atividades físicas, terapia, gestão do tempo, e práticas coletivas como o compartilhamento de tarefas e cuidado mútuo entre colegas relacionado à percepção compartilhada de sobrecarga e estresse, evidenciando contudo a individualização do sofrimento como aspecto contraditório e produto do enfraquecimento da dimensão coletiva. o estudo contribuiu para a continuidade da concepção da intensificação do trabalho e saúde enquanto objeto de estudo do campo da saúde coletiva, e traçou a análise procurando resgatar a valorização do saber e da memória deste grupo de trabalhadores como aspecto de favorecedor da capacidade coletiva de ação contra os agravos e problemas à sua saúde.