
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Tese
Título: INFORMAÇÃO NUTRICIONAL COMPLEMENTAR EM RÓTULOS DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS DIRECIONADOS A CRIANÇAS
Orientador
- GIOVANNA MEDEIROS RATAICHESCK FIATES
Aluno
- VANESSA MELLO RODRIGUES
Conteúdo
A informação nutricional complementar (inc) é um tipo de alegação nos rótulos que se refere a propriedades nutricionais específicas dos alimentos, como por exemplo, o acréscimo de vitaminas ou a redução do teor sódio. entretanto, a inc não significa que o alimento tem boa qualidade nutricional. autores discutem se a inc pode levar os consumidores a perceberem os alimentos como mais saudáveis do que realmente são. tal possibilidade se torna ainda mais preocupante quando se considera a presença de inc em alimentos industrializados direcionados a crianças. esses alimentos estão entre os mais consumidos por esse grupo, no qual é crescente a prevalência de sobrepeso e obesidade. esta tese teve o intuito de investigar o panorama brasileiro sobre a utilização de inc em alimentos industrializados direcionados a crianças, avaliar sua qualidade nutricional, bem como conhecer a percepção de pais sobre alimentos com esse tipo de alegação. para atender aos objetivos propostos, foi escolhido um delineamento quanti-qualitativo. inicialmente, foi realizado um levantamento censitário em um supermercado pertencente a uma das dez maiores redes de supermercados do brasil. entre os 5620 alimentos que compuseram o banco de dados, 535 (9,5%) tinham estratégias de marketing direcionadas a crianças (ex. personagens de desenhos animados, passatempos, brindes) e constituíram nossa amostra. cerca de metade dos alimentos avaliados (270, 50,5%) apresentava no mínimo uma inc no rótulo. o objetivo do primeiro artigo resultante desta tese foi comparar a composição nutricional dos alimentos direcionados a crianças com e sem inc. mais da metade dos alimentos direcionados a crianças (300, 56,1%) pertencia ao grupo que inclui achocolatados, biscoitos doces recheados, guloseimas, refrigerantes e salgadinhos. os alimentos com inc apresentaram composição nutricional semelhante ou pior do que alimentos sem inc. entretanto, não havia sido aplicado nenhum critério para avaliar a qualidade nutricional desses alimentos. os parâmetros numéricos de referência para as calorias e quantidades de nutrientes encontrados variavam entre poucos documentos oficiais estrangeiros que abordavam essa questão. identificamos em nossa busca um modelo de avaliação do perfil nutricional de alimentos (the uk/ofcom nutrient profiling), criado por um grupo de pesquisadores da universidade de oxford, inglaterra, para regulação da publicidade de alimentos e bebidas veiculadas na televisão. o modelo estava sendo implantando em legislações sobre rotulagem de países como irlanda, austrália e nova zelândia. buscando discutir a viabilidade da aplicação do modelo aos alimentos direcionados a crianças, foi realizado um estágio de doutorado sanduíche com este grupo, entre janeiro e setembro de 2015, com bolsa do cnpq. após discussões sobre o modelo, delineou-se o segundo artigo incluído nesta tese, que teve o objetivo de avaliar a qualidade da composição nutricional dos alimentos direcionados a crianças com e sem inc. optamos por incluir também no artigo uma avaliação dos alimentos com base no seu nível e propósito de processamento, conforme as recomendações que haviam sido publicadas em novembro de 2014, na 2ª edição do guia alimentar para a população brasileira. para as análises do artigo 2, os alimentos direcionados a crianças foram classificados como 'mais saudáveis' e 'menos saudáveis' de acordo com o modelo uk/ofcom de perfil nutricional e com o sistema nova. o nova categorizou mais alimentos com inc como 'menos saudáveis' (96%) do que o modelo uk/ofcom (74%). independentemente do modelo utilizado, pelo menos 3/4 dos alimentos direcionados a crianças com inc foram classificados como 'menos saudáveis' (p<0,05). frente a esses resultados, se fortaleceu a necessidade de investigar como alimentos ultraprocessados com inc direcionados a crianças eram percebidos pelos pais e se essas alegações poderiam influenciar nas suas escolhas. este foi então o objetivo do terceiro artigo derivado deste trabalho. entrevistas presenciais foram conduzidas com pais de crianças entre 7 e 10 anos. embalagens de alimentos ultraprocessados com estratégias de marketing para crianças e alegações nutricionais foram utilizadas para orientar a condução das entrevistas. a análise temática revelou que apenas alguns pais referiram que não se influenciariam pelas alegações nos rótulos, por avaliarem que esses destaques não melhoravam a baixa qualidade nutricional dos alimentos. por outro lado, apesar de reconhecerem os alimentos ultraprocessados direcionados a crianças como pouco saudáveis, a presença da alegação nutricional pareceu funcionar para alguns pais como mais um estímulo para aquisição tais alimentos, juntamente com a praticidade e boa aceitação dos filhos. a partir dos resultados obtidos neste trabalho, destaca-se a importância de estabelecer critérios para restringir o uso de alegações nutricionais a alimentos de boa qualidade nutricional, buscando evitar más interpretações que possam promover escolhas pouco saudáveis.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 1.47754
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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ODS Predominates


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