
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Não Informado
Departamento: Não Informado
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Dissertação
Título: EXPERIÊNCIAS COM A (PÁ)LAVRA NA UNIÃO DO VEGETAL: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO DO CONHECER CAIANINHO
Orientador
- VANIA ZIKAN CARDOSO
Aluno
- DANIELLI KATHERINE PASCOAL DA SILVA
Conteúdo
A presente pesquisa desenvolveu-se na união do vegetal (udv), uma das religiões brasileiras que considera a hoasca bebida sagrada e com ela realiza rituais de concentração mental e estudo dos ensinos de mestre gabriel, seu fundador e guia espiritual. vegetal ou hoasca é o nome dado ao chá preparado com o cipó mariri (banisteriopsis caapi) e as folhas da chacrona (psychotria viridis) cuja comunhão facilita a expansão da consciência. na udv, algumas palavras são consideradas como dotadas de força criadora capaz de gerar eventos, portanto, compreende-se que é necessário aprender a falar de acordo com os mistérios das palavras. evidencio a aprendizagem da linguagem em quatro instâncias: a iniciação como sócia e antropóloga, as sessões de escala que são a porta de entrada às vivências caianinhas, o preparo de vegetal e as interações não-ritualizadas que continuam a demonstrar o exercício meta-linguístico. meu estudo analisa a forma iniciática de trabalhar com o conhecimento espiritual e como o exercício de ocultamento e revelação de mistérios e segredos se expressa ao nível da linguagem, colocando o discípulo numa posição ativa em relação ao conhecimento. tanto os preparos de vegetal quanto as interações não ritualizadas pela ingestão do chá são fundamentais ao entendimento da perspectiva na qual os mistérios das palavras afetam a qualidade do vegetal e o curso da vida cotidiana. examinando esta noção, é possível compreender a caracterização que se faz da hoasca como divina/inteligente e instrumental/sensível, e com isso, problematizar a qualidade moldável da própria bebida. observo como esse léxico é performado criativamente através do estudo realizado pelos caianinhos. apresento tanto o léxico convencionalizado, ensinado por mestre gabriel e reconhecido institucionalmente, quanto aquele que emerge do estudo feito por seus discípulos. descrevo como se estabelecem aberturas e limites à criatividade a partir da diferenciação entre o uso misterioso e o uso beato das palavras, incluindo a prática do humor como recurso pedagógico. argumento que ao mesmo tempo em que a concepção de linguagem na udv apresenta-se como inata, ao reconhecer uma força imanente expressa nos mistérios das palavras e na força negativa ou positiva que trazem consigo, seu processo de aprendizado coloca a linguagem como passível de correção, incentivando seu uso consciente e preciso. a prática desse conhecimento é o que faz com que a aprendizagem desta linguagem seja menos um acúmulo de informações e mais uma experimentação reflexiva de educação da atenção. com isso, pretendo contribuir para uma reflexão a respeito da experiência hoasqueira para além do vegetal em si mesmo, enfatizando a aprendizagem nesta comunidade de prática que é a udv. comunidade que pode ser também identificada como mundo de hoasca, no qual tanto o vegetal quanto os mistérios das palavras formam o jeito caianinho de conhecer e ser.
Índice de Shannon: 3.54096
Índice de Gini: 0.869487
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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2,57% | 4,34% | 5,77% | 30,78% | 5,27% | 4,17% | 3,88% | 4,49% | 4,81% | 2,88% | 5,94% | 4,75% | 3,35% | 3,11% | 4,48% | 9,41% |
ODS Predominates


2,57%

4,34%

5,77%

30,78%

5,27%

4,17%

3,88%

4,49%

4,81%

2,88%

5,94%

4,75%

3,35%

3,11%

4,48%

9,41%