
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e do Desenvolvimento
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Ambiental
Tipo do Documento: Dissertação
Título: ESTUDO COMPARATIVO DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA A E ULTRAVIOLETA B NA ORGANIZAÇÃO CELULAR E NA FISIOLOGIA DA MACROALGA VERMELHA ACANTHOPHORA SPICIFERA COLETADA EM DOIS AMBIENTES DA ILHA DE SANTA CATARINA (LAGOA DA CONCEIÇÃO E PRAIA DE SAMBAQUI)
Orientador
- ZENILDA LAURITA BOUZON
Aluno
- DEBORA TOMAZI PEREIRA
Conteúdo
A intensidade de radiação ultravioleta (ruv) aumenta a cada ano, afetando os organismos de diversas maneiras. sabe-se que altos níveis de ruvb podem ser danosos aos organismos, principalmente aqueles sésseis, como as algas, que ficam diretamente expostos à radiação, especialmente em maré baixa. acanthophora spicifera é uma macroalga vermelha de grande importância econômica, produzindo muitos compostos de interesse farmacêutico, além de ser fonte de agarana. o presente estudo avaliou os efeitos biológicos da par e da par+uvab na morfologia e fisiologia de a. spicifera coletada em dois ambientes da ilha de santa catarina (lagoa da conceição e praia de sambaqui) com condições abióticas distintas. para tanto, foram feitos experimentos, com as águas de cada ambiente, por 7 dias de aclimatação e 7 dias de exposição à ruv (3 horas por dia), seguidos de análises morfológicas, ultraestruturais e fisiológicas. a água coletada na lagoa da conceição possuía concentrações de 1,06 ± 0,27 mm de nh4+ (amônio), 8,47 ± 0,01 mm de no3- (nitrato), 0,17 ± 0,01 mm de po4-3 (fosfato), salinidade de 30 ups e ph 7,88. para a praia de sambaqui, esses valores foram de 1,13 ± 0,05 mm de nh4+, 3,73 ± 0,01 mm de no3-, 0,52 ± 0,01 mm de po4-3, 37 ups e ph 8,55. foram avaliadas as alterações morfológicas e fisiológicas através das taxas de crescimento (tc) e das microscopias de luz (ml) e eletrônica de transmissão (met); das concentrações dos pigmentos fotossintetizantes (clorofila a e ficobiliproteínas); da viabilidade celular; da concentração de oxigênio dissolvido (od) na água; das alterações nos compostos antioxidantes através do perfil carotenoídico e de micosporinas (maas), do conteúdo total de fenólicos e da atividade antioxidante (dpph); e do conteúdo total de proteínas, açúcares solúveis e amido nos talos de a. spicifera dos ambientes e após as exposições à par e à ruvab. após 7 dias de exposição à par e à par+ruvab a alga da lagoa da conceição teve um aumento na tc de 5,65 %.dia-1 e 4,05 %.dia-1, respectivamente, comparado com 3,27 %.dia-1 e 0,40 %.dia-1 respectivamente para a alga da praia de sambaqui. maiores concentrações de nutrientes dissolvidos na água, como na lagoa da conceição, podem beneficiar o crescimento e respostas metabólicas de algas. após o experimento, observou-se que os talos de ambos os locais tratados com par ficaram despigmentados, mas com crescimento de novos ramos. os talos coletados na lagoa da conceição tratados com par+ruvab apresentaram despigmentação, porém sem presença de novos ramos. já os talos coletados na praia de sambaqui, para o mesmo tratamento, ficaram sem forma definida, com processo de degeneração e despigmentação. menores disponibilidades de nutrientes dissolvidos na água coletada na praia de sambaqui podem explicar essa resposta. reduções na clorofila a e nas ficobiliproteínas foram verificadas para os tratamentos com par, devido à baixa intensidade de luz em laboratório, quando comparada com o ambiente. uma maior queda nos pigmentos foi verificada para os tratamentos com ruv. algas cultivadas no tratamento par+uvab mostraram um descréscimo de 37,4 % e 49,4 % na viabilidade celular quando comparadas com amostras dos seus ambientes para a lagoa da conceição e praia sambaqui, respectivamente. reação metacromática foi observada nas paredes celulares de todas as amostras, porém em menor intensidade nas que foram expostas à ruv, indicando uma menor quantidade de agarana. após a exposição à ruv, as células corticais diminuíram de tamanho citoplasmático e apresentaram espessamento da parede celular com microfibrilas de celulose desorganizadas. concentrações de carotenoides reduziram nas algas da par e da par+uvab, em relação ao ambiente, sugerindo a expressão de mecanismos de defesa associados a esses compostos. as maiores quantidades totais de carotenoides foram vistas nas amostras da lagoa da conceição. quanto mais nutrientes disponíveis, mais as chances de se formarem carotenoides. após exposição à à par+uvab, o conteúdo total de maas diminuiu drasticamente, 61,1 % na amostra da lagoa da conceição e de 24 % na da praia de sambaqui, quando comparados com os controles. a quantidade de maas pode ser influenciada por fatores abióticos, como irradiação e nutrientes. compostos fenólicos são antioxidantes, protegendo contra exposição direta à ruv. as amostras expostas à ruvab não apresentaram diferenças de fenólicos entre os tratamentos e os locais. ação antioxidante da alga exposta à ruv foi medida pelo sequestro do radical livre dpph. foi verificada uma maior ação na amostra exposta à par da lagoa da conceição, e uma menor ação na amostra do ambiente deste mesmo local. todas as outras amostras não apresentaram diferenças estatísticas. amostras da lagoa da conceição tratadas com ruvab tiveram um aumento significativo no seu teor de proteínas. por outro lado, a amostra da praia de sambaqui tratada com ruv teve o conteúdo total de proteínas diminuído. o aumento das proteínas na amostra da lagoa pode estar relacionado com a síntese de enzimas antioxidantes. a concentração de açúcares solúveis totais foi mais elevada na amostra exposta à par da praia de sambaqui. os grãos de amido das florídeas diminuíram com exposição à ruv para as amostras de ambos os locais. este decréscimo pode estar relacionado com a ativação da via de degradação, em busca de recursos para vias de defesa. pode-se concluir que a ruv em a. spicifera, coletada nos dois ambientes (lagoa da conceição e praia de sambaqui), degradou os mecanismos de proteção, causando mudanças metabólicas. porém, o grau de alterações ocorreu de forma mais prejudicial para as amostras da praia de sambaqui, onde o estado inicial da alga era mais desfavorável devido à deficiência de nutrientes na água do mar.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 3.8558
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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4,72% | 5,30% | 6,90% | 4,77% | 4,21% | 18,01% | 5,22% | 7,11% | 5,65% | 5,41% | 5,36% | 4,61% | 4,10% | 8,94% | 4,95% | 4,73% |
ODS Predominates


4,72%

5,30%

6,90%

4,77%

4,21%

18,01%

5,22%

7,11%

5,65%

5,41%

5,36%

4,61%

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4,73%