O presente trabalho analisa a condição dos estudantes do ensino médio noturno da rede pública estadual da região central de florianópolis que trabalham durante o dia e estudam a noite, formando um grupo que definimos como trabalhadores-estudantes. desde o seu advento até os dias atuais, o ensino noturno sempre teve como destinação a classe trabalhadora e sua trajetória é notoriamente marcada por improvisações, precariedades e limitações (estruturais e pedagógicas), o que produz marcas e interferências sobre as trajetórias escolares desses jovens. observamos que essa dupla condição de trabalhadores-estudantes influencia os projetos profissionais e de vida desses jovens, ao mesmo tempo em que compromete seus estudos, contribuindo para a evasão escolar do turno noturno das escolas públicas estaduais da região central de florianópolis e, em alguns casos promove em conjunto, a migração destes sujeitos para a modalidade de educação de jovens e adultos (eja). trata-se de uma pesquisa diagnóstica e descritiva, que se vale de questionários, entrevistas e análise de documentos. concluímos que a escola está subsumida à lógica da acumulação privada do capital e o ensino noturno é a expressão mais aguda e sintomática deste fenômeno.