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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Social

Tipo do Documento: Tese

Título: AS CONTRADIÇÕES EM TORNO DO ACESSO E DA PERMANÊNCIA DE ESTUDANTES DA CLASSE TRABALHADORA POR MEIO DA IMPLEMENTAÇÃO DA LEI DE COTAS NOS CURSOS DE ENSINO MÉDIO TÉCNICO INTEGRADO DO IFSC - CAMPUS FLORIANÓPOLIS  

Orientador
  • CELIA REGINA VENDRAMINI
Aluno
  • DEISE RATEKE

Conteúdo

O objetivo central da pesquisa foi analisar o acesso e a permanência de jovens estudantes da classe trabalhadora na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, por meio da implementação da lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012 (brasil, 2012a), a chamada lei de cotas. a pesquisa abrangeu o ingresso de estudantes cotistas no ensino médio integrado (emi) do instituto federal de santa catarina (ifsc) – campus florianópolis. a análise foi realizada considerando o contexto das estratégias de controle social do capital-estado na promoção de políticas de inclusão em consonância com o projeto formativo do ifsc. buscamos, com o estudo, compreender as implicações da relação capital-trabalho na educação e no contexto da implementação dos programas e das políticas de inclusão. o trabalho reu´ne caracteri´sticas de pesquisa qualitativa, empi´rica e explorato´ria. para atender aos objetivos propostos e para responder à questa~o orientadora da tese, foram empregados procedimentos metodológicos e desenvolvida pesquisa bibliogra´fica, documental e de campo, mediante entrevista semiestruturada com servidores e estudantes cotistas do ifsc. o método referência foi o materialismo histórico-dialético, que nos levou ao entendimento de que o conhecimento acerca da realidade é social e historicamente construído. o problema de pesquisa abordou as mudanças provocadas pelas políticas públicas de inclusão adotadas pelo ifsc, particularmente o sistema de cotas para ingresso no emi na seguinte dimensão: os programas resultam na ampliação do acesso e da permanência da classe trabalhadora no ifsc, principalmente a parcela mais empobrecida, e altera a composição social dos seus estudantes? a política focal é fruto da luta de movimentos sociais que, diante das históricas desigualdades sociais e escolares no brasil, reivindicam o acesso de estudantes negros e de baixa renda provindos da escola pública. entretanto, confirmarmos nossa hipótese sobre os limites dessa mesma política, que não ataca o conjunto do sistema educacional brasileiro – pois não combate de modo universal as desigualdades e os bloqueios estruturais para a sua real universalização –, e concluímos que o sistema de cotas se reverte numa política eivada de discursos ideológicos, dado o fato de que encobre e ofusca a visão crítica que aponta a educação como direito de todos e a coloca a serviço de interesses imediatos de produção da existência sob a lógica do capital. o estudo demostrou os limites do ifsc como instituição de excelência e comprometida com a inclusão escolar perante o sentido mais amplo da inclusão social numa sociedade de classes. dessa forma, a ampliação do acesso por meio do sistema de cotas, se não vem acompanhada de um projeto educativo voltado à classe trabalhadora, compromete o aproveitamento e a permanência do estudante cotista, na medida em que mantém intocável o projeto de escola unilateral nas dependências do capital-estado e voltada ao mercado de trabalho. nesse sentido, procuramos discutir as diferenças de uma formação da e para a classe trabalhadora, e abordamos, além da ampliação do acesso da classe trabalhadora ao ifsc e do padrão de ensino ofertado, o delineamento de indicadores de acesso e de permanência no emi. os indicadores apontaram para fatores relativos à vivência escolar dos jovens cotistas no ifsc, entre os quais se destacam a necessidade de superar a noção de mérito acadêmico, o confronto com o projeto formativo institucional adequado e adaptado ao projeto educativo capitalista e o enfrentamento das deficiências e lacunas do ensino fundamental e médio público. os indicadores mostraram que a inclusão escolar exige uma transformação radical da própria escola, ou seja, da lógica reprodutora e excludente que rege o seu funcionamento. nesse cenário, as relações entre trabalho e educação e, em particular, entre educação profissional e tecnológica, constituem lócus privilegiado de contradições sociais, econômicas, políticas, culturais e filosóficas. observamos, assim, que a política de cotas não escapa dessa dinâmica conflitiva e contraditória. a mudança factual virá, somente, a partir da luta da classe trabalhadora mediante o conhecimento das relações desiguais que subordinam o trabalhador ao capitalismo, isto é, a partir de uma educação necessariamente anticapitalista, na sua concepção e atuação prática. entretanto, a luta pela educação da classe trabalhadora não é simples e tampouco pequena no atual momento. o projeto em curso do estado capitalista em nome da deseducação da classe trabalhadora no brasil está presente em várias ações que alteram a vida e a formação escolar dos trabalhadores. todas essas ações, que representam um recuo e um retrocesso teórico e político de significativos setores e segmentos da vida pública, atacam o conjunto dos trabalhadores e impactam na formação escolar dos jovens, mas também põem em evidência o conflito de classes, acirrando ainda mais as disputas entre capital e trabalho

Índice de Shannon: 1.55977

Índice de Gini: 0.399288

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
0,80% 0,75% 0,59% 77,09% 2,81% 0,47% 0,79% 2,86% 1,82% 2,91% 0,79% 0,50% 0,62% 1,08% 0,50% 5,61%
ODS Predominates
ODS 4
ODS 1

0,80%

ODS 2

0,75%

ODS 3

0,59%

ODS 4

77,09%

ODS 5

2,81%

ODS 6

0,47%

ODS 7

0,79%

ODS 8

2,86%

ODS 9

1,82%

ODS 10

2,91%

ODS 11

0,79%

ODS 12

0,50%

ODS 13

0,62%

ODS 14

1,08%

ODS 15

0,50%

ODS 16

5,61%