A aplicação de campo magnético vem sendo estudada como forma de intensificar processos enzimáticos. entretanto, sua aplicação ainda é escassa, limitada a poucas enzimas, e focada apenas na avaliação da atividade catalítica destas enzimas sem justificar os mecanismos envolvidos. além disso, a aplicação de campo magnético, uma tecnologia de simples operação, baixo custo e mínimo impacto ambiental, tem sido utilizada como alternativa para melhorar o desempenho e a recuperação da permeabilidade de membranas após a ultrafiltração (uf) de proteínas. a lisozima é um bom modelo de proteína para estudos em processos de separação, pois além da ampla disponibilidade e aplicação na indústria de alimentos, existem vários estudos sobre sua estrutura e propriedades, facilitando a avaliação dos efeitos da aplicação do campo magnético. neste contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos de campos magnéticos permanentes e das condições operacionais sobre a atividade catalítica, estrutura secundária, terciária, tamanho de partícula e desempenho da uf da lisozima comercial, extraída de clara de ovo. como resultados, o tratamento magnético no ph mais alto (13), força iônica de 50 mmol/l e densidade de fluxo magnético de 1,34 t levaram a um aumento da atividade específica da enzima, alcançando-se uma atividade residual de 210%, comparada à atividade da lisozima nativa sem exposição ao campo magnético. os resultados sugerem que a ativação da lisozima causada pelo tratamento magnético pode estar relacionada às mudanças no conteúdo de ¿-hélice na estrutura secundária e a um aumento no tamanho das partículas da lisozima, facilitando o acesso do substrato ao sítio ativo da enzima. além disso, a aplicação do campo magnético melhorou o processo de uf da solução de lisozima, resultando em recuperações de permeabilidade de até 90% após a limpeza física. o tratamento magnético das membranas de polietersulfona (pes) resultou em mudanças pronunciadas no potencial zeta e no ponto isoelétrico das membranas. enquanto que a aplicação do campo magnético na solução resultou em um aumento do tamanho das partículas da lisozima. por fim, o tratamento magnético permitiu a reutilização da membrana de pes por ciclos consecutivos sem a necessidade de limpeza química.