O objetivo principal deste trabalho é avaliar a influência da formulação de esqueletos minerais na deformação permanente de misturas asfálticas densas, a partir de dois métodos distintos: tentativa e teórico. o método por tentativa é majoritariamente adotado no brasil na formulação de misturas asfálticas, utilizando frações comerciais heterogêneas, sem qualquer controle preciso da distribuição individual das partículas, com o objetivo de enquadrar as formulações em faixas granulométricas normatizadas pelo departamento nacional de infraestrutura de transportes (dnit). o método teórico utiliza-se de cálculos efetuados a partir da equação de füller-talbot e de um fracionamento individual controlado dos diâmetros das partículas, fixando o diâmetro máximo e o percentual passante na peneira de menor abertura da série escolhida para a formulação. assim, é possível estabelecer uma composição granulométrica capaz de gerar um preenchimento gradual dos vazios formados pelas partículas com diâmetros maiores, em relação às de menor tamanho. neste contexto, são comparadas três formulações de misturas asfálticas, utilizando o mesmo tipo de ligante betuminoso (cap 50/70 puro), com variação da composição das matrizes granulométricas, todas oriundas da britagem de rocha granítica, a saber: formulação por tentativa, denominada curva prática (cp), formulação por tentativa com ajuste gráfico direto dos percentuais granulares (cpajustada), e curva teórica (ct). a metodologia marshall, em função de ser oficialmente adotada no brasil pelo dnit, foi utilizada para indicar inicialmente os teores ótimos de ligante betuminoso a serem utilizados nas dosagens, em conjunto com o ensaio de resistência à tração indireta. entretanto, ensaios mais acurados e com estreita relação campo/laboratório, baseados na metodologia francesa de formulação, avaliaram a habilidade de compactação pelo uso da prensa de compactação giratória (pcg) e a resistência à deformação permanente. também foram avaliados o nível de rugosidade e a drenabilidade superficial das misturas asfálticas formuladas. os resultados obtidos indicam que o método teórico é mais eficiente na formulação de esqueletos minerais quando comparados aos métodos por tentativa, garantindo melhor entrosamento das partículas, menor consumo de ligante na dosagem e maior resistência à deformação permanente das misturas asfálticas.