A presente pesquisa tem como problema analisar as demandas de formação - para o trabalho e escolarização básica - dos trabalhadores jovens e adultos que atuam no setor da construção civil da grande florianópolis, a partir de seu perfil social e de escolarização. parte-se do princípio de que a efetivação do direito à educação é fator essencial também para a efetivação de direitos trabalhistas, já que a escolarização é fundamental à compreensão das leis e normas que regem as relações de trabalho e tem influência na reflexão sobre a realidade concreta. pretende-se contribuir para a identificação e levantamento de demandas potenciais para a educação de jovens e adultos já que, no âmbito das políticas de eja, a questão da identificação e da localização de tais demandas potenciais ainda é algo bastante complexo, visto que os dados estatísticos apontam para as necessidades formativas da população, mas, ao mesmo tempo, há uma ausência de sua identificação e localização, tanto no âmbito das instituições educativas, como das pesquisas acadêmicas. os referenciais teóricos têm como base o materialismo histórico e optou-se por uma abordagem de pesquisa quantitativa e qualitativa de caráter exploratório, tomando como fontes de pesquisa: bibliográficas e documentais, onde foram analisados dados referentes ao perfil do trabalhador da construção civil da grande florianópolis, divulgados pelo sindicato patronal do setor entre os anos de 2013 e 2018. o perfil de escolarização aponta para a confirmação da indústria da construção civil como localização de demandas potenciais em eja, enquanto o perfil social dos trabalhadores faz emergir a questão não só do acesso, mas da também permanência. dados sobre a oferta de escolarização na modalidade eja na região da grande florianópolis também indicam uma grande desproporção entre demanda potencial e oferta de vagas. além disso, a constatada falta de articulação entre as vagas oferecidas em eja e a educação profissional despertam grande preocupação, uma vez que o perfil social e de escolaridade dos trabalhadores aponta para a necessidade da formação profissional para além da elevação de escolaridade.