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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Institucional

Tipo do Documento: Tese

Título: FUNDOS ROTATIVOS SOLIDÁRIOS: AVANÇOS E LIMITES PARA A CONSTRUÇÃO DE FINANÇAS SOLIDÁRIAS NO BRASIL.

Orientador
  • ARY CESAR MINELLA
Aluno
  • ROQUE ADEMIR FAVARIN

Conteúdo

Os fundos rotativos solidários (frs) são poupanças coletivas para suprir determinadas necessidades dos seus participantes ou de outros grupos ou famílias mediante o consenso de regras acordadas pelos integrantes dos fundos. eles mobilizam, organizam e emprestam recursos a “pequenos projetos” coletivos e alternativos, como empreendimentos econômicos solidários, mobilizações sociais ou atividades formativas. são “rotativos” porque apresentam algum tipo de “devolução de recursos”. também são considerados instrumentos de finanças solidárias que, em tese, praticam a autogestão, formando uma poupança voluntária e reinvestem em prol da própria comunidade. os recursos circulam na própria comunidade e a reposição desses fundos obedece a uma lógica da solidariedade e a regras de reciprocidade. as origens dessa prática financeira se inspiram em diversas modalidades de microfinanças, que remontam à década de 1980, impulsionados pela ascensão de movimentos sociais na redemocratização do brasil e pelo apoio financeiro a setores onde havia ausência de crédito. o avanço dessas experiências contribui para o surgimento da economia solidária, entre os anos 1990 a 2000. na década mais recente, tais práticas foram impulsionadas inclusive por programas governamentais e pela articulação de organizações populares em torno da economia solidária. neste processo, inserem-se os frs, as cooperativas de crédito solidário, os bancos comunitários de desenvolvimento e o uso de moedas sociais passa aintegrar um campo teórico e político denominado finanças solidárias. essas formas de financiamento procuram se diferenciar dos atuais programas de microcrédito, que priorizam as microempresas capitalistas. visto isso, o aporte teórico que baseia este trabalho situa as finanças solidárias na teoria da dádiva, de mauss; na reciprocidade, de polanyi; e na concepção marxista de emancipação; pressupondo que tais concepções acrescentam outro significado ao conceito solidário, comumente entendido como assistencialismo ou caridade. o problema teórico posto é analisar em que medida os frs conseguem ser um instrumento de emancipação dos grupos sociais envolvidos. para responder esta questão, a metodologia deste trabalho se utilizou de dados e informações dos 539 fundos considerados no “mapeamento dos fundos solidários” realizado pela secretaria nacional de economia solidária (senaes) no brasil entre 2011 e 2013. desse universo, foram considerados para análise 270 fundos rotativos solidários que utilizam a devolução financeira, divididos entre “comunitários” e “de fomento”. do total avaliado, 193 frs estão inseridos no meio rural, sendo a maioria comunitários e organizados por associações de agricultores familiares (142) seguidos de assentados, apicultores, pescadores, indígenas e quilombolas. em menor número, 33 frs são urbanos e incluem artesãos, costureiras, sem-tetos entre outros; e, finalmente, 44 são caracterizados como frs de fomento, gerenciados por entidades de maior abrangência geográfica de atuação. a análise considerou quatro aspectos principais em relação aos fundos: i) a captação de recursos; ii) gestão; iii) atividades que são financiadas; e iv) principais conquistas e dificuldades. constatou-se que grande parte dos fundos operam com recursos próprios, mas é expressivo o aporte de diferentes entidades sociais, ongs e organizações estrangeiras. a análise da gestão, considerou especialmente o envolvimento dos participantes, identificou que há participação mais significativa em fundos comunitários, e predomina o financiamento de empreendimentos coletivos da economia solidária. entre as principais conquistas situam-se a melhoria da qualidade de vida, o aumento da renda e a atuação coletiva. as principais dificuldades constatadas estão nas escassas ações relacionadas a políticas públicas de finanças solidárias, a inadimplência, a falta de recursos e à baixa participação dos membros na gestão dos fundos. com isso, conclui-se que os frs, por serem práticas creditícias menos complexas, facilitam a emancipação via autogestão coletiva dos recursos de tais grupos sociais excluídos, principalmente os comunitários, nos quais as relações sociais baseiam-se na confiança que se traduzem na dádiva e reciprocidade. e, mais, que sua viabilidade econômica, social e política depende de uma “rede de movimentos sociais” articulada à sua base social, que contribui para avanços na emancipação política e humana. enfim, de modo geral, considera-se que os frs contribuem para emancipação enquanto metodologia pedagógica, utilizando-se do crédito solidário como um “instrumento”, alternativo, ao hegemônico sistema financeiro capitalista.

Índice de Shannon: 3.74768

Índice de Gini: 0.909791

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
7,35% 4,07% 3,39% 3,28% 7,05% 3,59% 2,96% 9,10% 4,65% 11,11% 5,80% 3,16% 7,19% 3,55% 4,14% 19,62%
ODS Predominates
ODS 16
ODS 1

7,35%

ODS 2

4,07%

ODS 3

3,39%

ODS 4

3,28%

ODS 5

7,05%

ODS 6

3,59%

ODS 7

2,96%

ODS 8

9,10%

ODS 9

4,65%

ODS 10

11,11%

ODS 11

5,80%

ODS 12

3,16%

ODS 13

7,19%

ODS 14

3,55%

ODS 15

4,14%

ODS 16

19,62%