A presente tese foi desenvolvida com o objetivo de investigar a associação entre o ambiente alimentar e fatores de risco cardiometabólicos. para tanto, realizou-se dois artigos, o primeiro de revisão sistemática da literatura em populações com idade acima de 18 anos e o segundo artigo, original, com dados do ambiente alimentar de florianópolis, santa catarina, e com a amostra de idosos da segunda onda do estudo longitudinal, de base populacional epifloripa idoso (2013-2014). para condução do primeiro artigo, bases de dados foram consultados e 22 dos 4.278 artigos recuperados foram incluídos para a análise. a maioria dos estudos foram conduzidos nos estados unidos, tiveram delineamento transversal e foram publicados nos últimos 10 anos. nos resultados, observou-se que a obesidade constitui-se como o desfecho mais analisado entre os frcm e as densidades de estabelecimentos do tipo fast-food e de estabelecimentos que comercializam produtos in natura, foram os mais utilizados para caracterizar o ambiente alimentar. encontrou-se associações positivas entre a densidade de estabelecimentos de fast-food e obesidade e foram negativamente associados à densidade de estabelecimentos saudáveis com a obesidade, pressão arterial e glicemia. a presença de supermercados apresentou-se positivamente associada ao sobrepeso e obesidade. em conclusão, os achados desta investigação permitiram confirmar a existência de uma relação entre ambiente alimentar e a obesidade; no entanto, estudos conduzidos com outros frcm ainda mostra-se inconsistentes e necessitam maiores evidências. no segundo artigo, inicialmente foi realizada uma análise exploratória e descritiva do ambiente alimentar do município de florianópolis e posteriormente foi testada a associação com a síndrome metabólica, circunferência da cintura e pressão arterial sistólica em idosos do estudo epifloripa idoso. foi realizado levantamento de todos os estabelecimentos que comercializavam alimentos no município de florianópolis a posteriori estes estabelecimentos foram categorizados e analisados conforme a densidade: total, saudáveis, não saudáveis e mistos. para identificar padrões de autocorrelações espaciais foi utilizado o índice de moran global. todos os estabelecimentos de alimentos e residências dos idosos foram georreferenciadas e analisados o ambiente alimentar em um buffer de 500m de cada residência. foram observados padrões de aglomeração de estabelecimentos em algumas regiões do município. a síndrome metabólica apresentou-se negativamente associada as variáveis do ambiente alimentar, apresentando uma chance menor nos idosos que viviam nos contextos de tercil superiores de estabelecimentos. observou-se uma redução dos níveis de pressão arterial sistólica nos tercis superiores da densidade total de estabelecimentos e nos estabelecimentos mistos. a circunferência da cintura não foi associada com nenhuma das variáveis de exposição testadas. concluiu-se, dessa investigação, que melhores contextos no entorno das residências dos idosos com mais acesso a estabelecimentos, diminuem a chance de síndrome metabólica e pressão arterial sistólica.