Esta pesquisa se propõe a analisar as exposições museológicas de longa duração do museu do homem do sambaqui “padre joão alfredo rohr, s. j.” (florianópolis – santa catarina) e do museu diocesano dos povos da floresta (juína – mato grosso). ambas as instituições são geridas por organizações religiosas: os jesuítas estão à frente da primeira e em juína (mt) temos uma gestão que atende os preceitos diocesanos. no estudo realizo uma investigação do histórico de fundação destes espaços museológicos, das categorias que estruturam as bases conceituais de suas exposições e das tensões que atravessam as escolhas das memórias requeridas para estes espaços de salvaguarda. a análise explora o modo como os objetos indígenas, em especial, as sofisticadas peças plumárias de cabeça com referência aos rikbaktsa – conhecidas como grinaldas com cobre-nuca (myhara) – são apresentadas ao público nestes arranjos museológicos. seguir as myhara neste emaranhado museal mostrou-me que esses percursos são constituídos por humanos, animais, coisas, poder (política), memórias e histórias, cosmologias ameríndias e ocidentais, entre outros – e, deste modo – abrindo um entendimento mais complexo dessas dimensões que engajam todas essas peças plumárias no mundo.