
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Não Informado
Departamento: Não Informado
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Econômica
Tipo do Documento: Tese
Título: DISCURSOS SOBRE A DEFICIÊNCIA: ENUNCIADOS E PRÁTICAS DE (IN/EX)CLUSÃO
Orientador
- SANDRA NOEMI CUCURULLO DE CAPONI
Aluno
- VIVIAN FERREIRA DIAS
Conteúdo
Tomando a deficiência como uma categoria multifacetada, historicamente marginal e que, na atualidade, se constitui também pela inclusão/acessibilidade, o presente trabalho busca analisar os discursos sobre a deficiência: seus deslocamentos, suas dispersões e suas regularidades. parte-se da tese de que a inclusão a qual requer o acolhimento irrestrito de todas as pessoas, a despeito de suas particularidades, com equidade e respeito ainda não está posta. e, sobretudo, não se faz apenas por procedimentos técnicos e equipamentos acessíveis. os discursos, historicamente produzidos, as consequentes práticas sobre/na deficiência, bem como as relações de poder imbricadas nesse processo, (in)viabilizam a inclusão. ou seja, inclusão e exclusão, são também discursivas. nesse sentido, a tese se organiza em torno de domínios que constituem a formação discursiva da deficiência: o histórico (e seus atravessamentos), o médico, o corporal, o jurídico e o político, bem como algumas materializações discursivas que são representativas desses. as análises se dão na perspectiva foucaultiana (especialmente pela mobilização de conceitos trazidos em arqueologia do saber (1969/1997) e a ordem do discurso (1970/1996)). é possível atestar, pelas diferentes materialidades analisadas, que os sentidos sobre a deficiência se constituem em um regime de dispersão, mas têm, sobretudo, a normalidade e a exclusão como seus contrapontos. percebem-se, ainda, novas dimensões que passaram a ser incorporadas ao discurso sobre a deficiência, estabelecendo-se novos contornos e novas articulações com outros domínios. os enunciados acerca da deficiência trazem, de forma bastante regular, um fio tensivo entre visibilidade e invisibilidade, e que constitui a produção de sentidos e de modos de subjetivação. foi possível perceber que, a depender dos discursos praticados, ora a deficiência é um castigo, ora uma missão, ora um problema, ora uma incapacidade (que precisa ser contornada), sendo em outros casos, uma variação, uma característica. a deficiência vive, sobretudo, uma tensão entre ser comum e ser extraordinária, entre estar no corpo e estar no contexto, entre ser uma anomalia e ser uma característica. ainda que os enunciados tentem apagar a memória de exclusão, de anormalidade e de reabilitação, o discurso escorrega, e nessa dispersão, a visibilidade/inclusão ainda trazem uma aproximação com a normalidade (no sentido da ausência de lesão ou déficits) e com valores normativos (tais como: ser culto, produtivo, capaz, jovem) e que contraditoriamente instituem processos de exclusão no interior das próprias empreitadas inclusivas. conclui-se que os enunciados praticados sobre a deficiência, e, por conseguinte sobre a pessoa com deficiência, criam sujeitos diversos. mas parece ser o sujeito construído como comum aquele que trará inteligibilidade para a inclusão. porque é nessa perspectiva que os papéis de herói e/ou coitado não encontram condições de emergência, passam a ser diluídos, uma vez que a posição-sujeito comum traz um caráter ordinário à deficiência. a imersão nos discursos sobre a deficiência, e seus efeitos, pode ser compreendida como uma prática profícua de delineamento da inclusão, uma vez que irá permitir que os sentidos históricos sejam redimensionados e que novos dizeres, saberes e práticas, rompam com o caráter extraordinário da deficiência.
Índice de Shannon: 3.89385
Índice de Gini: 0.926921
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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5,35% | 5,57% | 9,14% | 5,68% | 5,99% | 4,17% | 5,03% | 13,59% | 6,87% | 4,76% | 6,50% | 4,19% | 3,93% | 5,27% | 3,67% | 10,27% |
ODS Predominates


5,35%

5,57%

9,14%

5,68%

5,99%

4,17%

5,03%

13,59%

6,87%

4,76%

6,50%

4,19%

3,93%

5,27%

3,67%

10,27%