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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Ambiental

Tipo do Documento: Tese

Título: MAR DE LAMA: OS EFEITOS DOS DESASTRES DE MINERAÇÃO SOBRE AS FLORESTAS SUBMERSAS DO ATLÂNTICO SUL - CASO DOS REJEITOS DO DESASTRE DE MARIANA (MG, BRASIL)

Orientador
  • PAULO ANTUNES HORTA JUNIOR
Aluno
  • GIULIA BURLE COSTA

Conteúdo

Atividades antrópicas são as principais responsáveis pela introdução de metais traço poluentes em ambientes marinhos-costeiros. estes elementos são substâncias persistentes, capazes de induzir efeitos de toxicidade para macroalgas bentônicas. recentes eventos extremos de poluição, como a deposição de rejeitos de mineração na costa brasileira do espírito santo, merecem investigação cuidadosa quanto à extensão dos impactos gerados. a presente tese está estruturada em quatro capítulos, e traz a discussão dos impactos de metais traço de rejeitos de mineração sobre a fisiologia macroalgas bentônicas. o primeiro capítulo refere-se à revisão sistemática de estudos ecotoxicológicos com macroalgas, descrevendo o esforço e a replicabilidade dos descritores utilizados na avaliação dos impactos. de acordo com os resultados, existem lacunas no esforço de avaliação de parâmetros abióticos. também são observadas diferenças no uso de descritores fisiológicos e bioquímicos entre os estudos. entretanto, o gênero sargassum é um modelo biológico mundialmente aplicado, e por ser o gênero formador de florestas submersas do atlântico sul, merece atenção como modelo para descrição dos impactos de rejeitos de mineração. o segundo capítulo avaliou experimentalmente os danos ocasionados pelo rejeito do acidente da barragem de fundão sobre a fisiologia de duas algas estruturadoras, sargassum cymosum e hypnea pseudomusciformis. as algas foram expostas individualmente e em condição associativa (relação de epifitismo), em tratamentos com e sem a presença do rejeito. foram observados efeitos negativos para ambas as algas, e que a composição de elementos e suas respectivas concentrações podem ter induzido a resposta fisiológica dos organismos. também foi observada a redução do ph da água pela presença do rejeito, o que poderia ter influenciado as respostas obtidas. com isto, o terceiro capítulo foi desenvolvido para avaliar a relação entre a toxicidade dos metais e a alteração de ph induzida pela presença do rejeito de mineração. as mesmas espécies foram expostas individualmente e em associação, a quatro tratamentos: sem rejeito e ph normal da água do mar, alta concentração de rejeito e baixo ph, baixa concentração de rejeito e ph normal, e sem rejeito e baixo ph. os resultados evidenciaram que o efeito da acidificação pode ser tão ou mais deletério à fisiologia de ambas as espécies do que o próprio rejeito, influenciando inclusive a sua relação de epifitismo. por isto, monitoramentos dos parâmetros abióticos e das interações biológicas devem ser fomentados. no quarto capítulo são discutidos aspectos da legislação ambiental brasileira e ações de conservação do ambiente marinho costeiro. a legislação brasileira prevê mecanismos de monitoramento e prevenção de acidentes com barragens de mineração. entretanto, problemas de fiscalização contribuem para a ocorrência de acidentes. ainda que medidas de responsabilização e restauração sejam propostas, as ações para o ambiente marinho costeiro afetado pelos rejeitos demoraram a ser implementadas, evidenciando urgência em melhorias na agilidade dos processos. também se ressalta a grande produção de dados de monitoramento dos impactos, mas há a necessidade de aprimoramento em divulgação da informação. por fim, o comprometimento com o monitoramento das áreas afetadas é fundamental para o alinhamento aos objetivos do desenvolvimento sustentável da onu e a conservação dos recursos naturais marinhos. os resultados experimentais demonstram que há a necessidade de maior monitoramento de parâmetros fisiológicos e estudos da interação de parâmetros abióticos, e os efeitos destes sobre a resistência de algas bentônicas e suas interações biológicas. estes descritores podem ser discutidos e inclusos na legislação, para fomento de medidas mais eficazes de monitoramento e ações de restauração ambiental em áreas impactadas por rejeitos de mineração na costa brasileira.

Índice de Shannon: 3.34686

Índice de Gini: 0.829764

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
2,43% 2,98% 3,39% 3,24% 3,49% 5,03% 2,84% 3,58% 3,80% 3,30% 4,45% 4,73% 4,90% 37,60% 7,57% 6,66%
ODS Predominates
ODS 14
ODS 1

2,43%

ODS 2

2,98%

ODS 3

3,39%

ODS 4

3,24%

ODS 5

3,49%

ODS 6

5,03%

ODS 7

2,84%

ODS 8

3,58%

ODS 9

3,80%

ODS 10

3,30%

ODS 11

4,45%

ODS 12

4,73%

ODS 13

4,90%

ODS 14

37,60%

ODS 15

7,57%

ODS 16

6,66%