A diabetes mellitus no chile é considerada como uma epidemia que representa uma situação crítica de saúde pública para o país, com uma prevalência de 12% da população, ou seja, 12 de cada 100 chilenos sofrem desta doença; o risco de morte de pessoas com diabetes mellitus é significativamente maior do que o daqueles que não sofrem dessa doença. o objetivo desta pesquisa foi estudar a relação entre o autocuidado e as causas de hospitalização em idosos com diabetes mellitus 2. trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, de tipo transversal e descritivo. todos os idosos diabéticos hospitalizados nos centros de responsabilidade médica e cirúrgica do hospital clínico de magallanes participaram entre os meses de agosto a dezembro de 2018, internados por situações agudas de saúde relacionadas às complicações da diabetes mellitus 2. não participaram do estudo os idosos com diabetes que apresentaram pontuação menor que 14 no exame minimental abreviado. um instrumento foi utilizado para caracterizar as variáveis sociodemográficas e de saúde, e o teste de capacidade e percepção do autocuidado do idoso, para medir sua capacidade e percepção de autocuidado. foram realizadas análises descritivas de tendência central e de relação entre as variáveis da amostra, onde p<0,05 foi significativo. participaram 32 pessoas, das quais 18 (56,3%) eram do sexo masculino, com média de idade de 71,3 anos (dp: 7,8). os participantes apresentaram em média 17 anos de diagnóstico (dp:12,6), 18 (56,3%) moravam com a família, 20 (62,5%) necessitavam de algum tipo de ajuda, 19 (59,4%) não trabalhavam e 24 (75%) não participavam de grupos sociais ou de idosos. os principais motivos de ingresso ao hospital foram por problemas do pé diabético (n=13;31,7%) e descompensação metabólica (n=10;24,4%). em relação à capacidade e percepção de autocuidado: 8 (25%) dos pacientes apresentaram percepção de autocuidado adequado, 16 (50%) percepção de autocuidado parcialmente adequado e 8 (25%) sem capacidade de autocuidado, déficit parcial, sendo que nesta última categoria (n=8; 25%), a proporção de homens foi maior (n= 6,75%). a maioria das oito dimensões estudadas resultou em "autocuidado adequado", apenas a atividade física obteve maior percentual no autocuidado inadequado (n=12; 37,5%), mas na dimensão alimentação, quando comparadas por gênero, houve uma diferença estatisticamente significante (p=0,006), pois as mulheres tomam mais cuidado nessa dimensão. também resultou associação estatisticamente significante ao associar o autocuidado ao pertencer a um grupo social (p= 0,009), ou seja, pertencer a um grupo social favoreceria o autocuidado. ao relacionar o autocuidado com as causas de ingresso ao hospital, pelo teste exato de fisher, não foi encontrada associação estatística entre capacidade e percepção de autocuidado e causas de hospitalização, correspondendo a p=0,587 quando associado ao pé diabético e p=0,225 quando associado à descompensação metabólica. no grupo estudado, foi identificado que a participação em um grupo social favoreceria o autocuidado. não houve evidência de relação entre autocuidado e internação hospitalar. é importante continuar nessa linha de pesquisa, para poder determinar variáveis e comportamentos que podem favorecer o autocuidado nesses pacientes e evitar hospitalizações.