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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Ambiental

Tipo do Documento: Tese

Título: EFEITOS DE ÁCIDOS GRAXOS O-3 NA NEUROTOXICIDADE INDUZIDA POR METILMERCÚRIO EM CAMUNDONGOS

Orientador
  • MARCELO FARINA
Aluno
  • HELOISA GHIZONI

Conteúdo

O metilmercúrio (mehg) é um poluente ambiental produzido por bactérias redutoras no ambiente aquático e bioacumulado na cadeia alimentar aquática. logo, a principal fonte de exposição do homem ao mehg ocorre pela ingestão de peixes e frutos do mar contaminados. uma vez ingerido, o mehg é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e causar efeitos deletérios ao sistema nervoso central (snc). o snc em desenvolvimento é mais susceptível às ações deletérias do mehg em relação ao do adulto; enquanto que no adulto a exposição causa danos a áreas restritas do snc, a exposição durante o desenvolvimento causa danos neurológicos mais difusos e generalizados e as consequências destes danos podem persistir até a vida adulta. por outro lado, os pescados representam uma importante fonte de nutrientes, dentre os quais destacam-se os ácidos graxos poli-insaturados (agpis) do tipo o-3, principalmente os ácidos docosahexaenóico (dha) e o eicosapentaenoico (epa), importantes constituintes do snc. o objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos dos agpi do tipo o-3 (dha e epa), presentes no óleo de peixe, na modulação da neurotoxicidade induzida pela exposição gestacional e lactacional ao mehg em filhotes com 22 dias de vida e em adultos com 3 meses de idade. além disto, investigou-se o efeito de uma segunda exposição ao mehg em animais adultos expostos ao mehg e/ou aos agpis o-3 durante o desenvolvimento. fêmeas prenhas de camundongos swiss foram divididas em 4 grupos experimentais; o grupo i recebeu água potável e ração controle, o grupo ii recebeu solução de mehg via água de beber e ração controle, o grupo iii recebeu água potável e ração enriquecida com óleo de peixe e o grupo iv recebeu a ração enriquecida com óleo de peixe e a solução de mehg via água de beber. os tratamentos foram veiculados durante os períodos gestacional e de lactação (totalizando 6 semanas). no 21º dia pós-natal (pn 21), os animais foram desmamados e 4 filhotes de cada ninhada foram separados para as análises comportamentais, bioquímicas e morfológicas. a coordenação motora dos animais foi prejudicada e a atividade hipocampal da enzima glutationa peroxidase (gpx) foi diminuida pela exposição ao mehg e a dieta enriquecida com agpis o-3 não foi capaz de reverter estes danos. o perfil lipídico plasmático e parâmetros de estresse oxidativo não foram afetados pelos tratamentos. a exposição perinatal (período de gestação e lactação) isolada à ração enriquecida com óleo de peixe aumentou a atividade do complexo mitocondrial i, sem alterar a atividade do complexo ii. já o imunoconteúdo de proteínas envolvidas na homeostase sináptica, histogênese e a imunomarcação para proteína fibrilar ácida glial (gfap-gliose) não mostraram alterações significativas nos filhotes expostos perinatalmente ao mehg e/ou ração enriquecida com óleo de peixe. o efeito a longo prazo do mehg e/ou ração enriquecida com óleo de peixe foram avaliados em camundongos machos na vida adulta. os animais foram alimentados com dieta padrão desde o desmame e, a partir da 10ª semana de vida, foram submetidos a uma segunda exposição ao mehg via gavagem durante 14 dias. após 24h do término do tratamento na vida adulta, os camundongos foram avaliados por testes comportamentais e, no dia seguinte, conduzida a eutanásia para coleta de sangue e a dissecção do cerebelo e hipocampo. a exposição perinatal ao mehg per se causou prejuízo na locomoção e exploração e a dieta enriquecida com óleo de peixe combinada ao mehg no período perinatal protegeu do dano locomotor em adultos. a exposição ao mehg na fase adulta prejudicou a coordenação, locomoção e exploração, exceto nos animais que já haviam sido expostos perinatalmente ao mehg, sugerindo uma possível adaptação a este toxicante. a exposição ao mehg na vida adulta causou hipercolesterolemia nos animais, exceto nos camundongos expostos perinatalmente aos agpis o-3 via dieta materna, sugerindo um efeito benéfico na vida adulta. ainda, o tratamento com mehg na fase adulta diminuiu a atividade da gpx cerebelar nos animais, exceto nos que já haviam sido tratados perinatalmente com mehg. por fim, a exposição concomitante ao mehg e à ração enriquecida com óleo de peixe levou a um maior acúmulo de hg no cerebelo a longo prazo e a reexposição ao mehg na fase adulta, exacerbou esta resposta. em conjunto, estes resultados indicam que a exposição perinatal ao mehg e aos ácidos graxos o-3 podem modular respostas a longo prazo e a susceptibilidade frente a uma nova exposição ao mehg em animais adultos

Índice de Shannon: 3.8447

Índice de Gini: 0.921178

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
4,57% 8,83% 6,44% 5,10% 4,08% 12,90% 4,19% 4,63% 6,71% 3,86% 5,59% 4,81% 5,27% 15,03% 4,03% 3,96%
ODS Predominates
ODS 14
ODS 1

4,57%

ODS 2

8,83%

ODS 3

6,44%

ODS 4

5,10%

ODS 5

4,08%

ODS 6

12,90%

ODS 7

4,19%

ODS 8

4,63%

ODS 9

6,71%

ODS 10

3,86%

ODS 11

5,59%

ODS 12

4,81%

ODS 13

5,27%

ODS 14

15,03%

ODS 15

4,03%

ODS 16

3,96%