Objetivo: analisar o impacto da ocorrência de infecções nosocomiais durante a internação em uti sobre o estado funcional de pacientes críticos em ventilação mecânica. métodos: estudo longitudinal e prospectivo que incluiu pacientes críticos em ventilação mecânica por mais de 48 horas. foram coletados diariamente dados clínicos para diagnóstico de infecção nosocomial na uti. no momento da alta da uti foi realizado avaliação de força muscular com mrc, dinamometria de preensão palmar e manual de coxa. a avaliação funcional se deu por meio de diversas escalas funcionais específicas para o ambiente de uti. os dados foram comparados por meio de teste t e anova, além de seus equivalentes não paramétricos. dados de caracterização entre grupos foram associados por meio do teste qui-quadrado ou exato de fischer. resultados: participaram 72 indivíduos, dos quais 33,3% foram diagnosticados com infecção hospitalar, sendo a pneumonia a mais comum (57,1%). pacientes diagnosticados com infecção tinham maior taxa de fraqueza muscular adquirida na uti (50% vs 22,7%, p = 0.029) e eram objetivamente mais fracos nos valores de mrc e dinamometrias. em relação à funcionalidade, apresentaram desempenho similar aos pacientes críticos que não desenvolveram infecção. ainda, a infecção na uti associou-se a maior tempo de ventilação mecânica, internação em uti e hospitalar. a mortalidade no grupo com infecção foi de 30% contra 6,7% no grupo sem infecção. conclusão: a infecção hospitalar em uti associou-se a maiores taxas de fraqueza muscular, as quais não configuraram em pior funcionalidade. pacientes com infecção apresentaram maior mortalidade hospitalar, além de maiores tempos de ventilação mecânica e de internação.