
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Ciências Agrárias
Departamento: Não Informado
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Dissertação
Título: COMUNIDADES RURAIS CABOCLAS NO TERRITÓRIO MEIO OESTE CONTESTADO - SC
Orientador
- ADEMIR ANTONIO CAZELLA
Aluno
- LUIS OLIMPIO STALCHMIDT CIPRIANO
Conteúdo
Este é um estudo sobre a persistência de comunidades rurais caboclas no território meio oeste contestado sc (tmoc). o processo histórico de ocupação dessa região marginalizou o acesso a terra e desestruturou o modo de vida tradicional de boa parte dos agricultores caboclos (camponês mestiço de índios, negros e brancos) que habitava a região de longa data, em favor da exploração florestal pela indústria madeireira e da colonização com agricultores de origem europeia. expropriadas, a maioria das famílias caboclas abandonou o campo durante o processo de modernização da agricultura, ocorrido a partir de meados dos anos 1960. grande parte de seus descendentes reside em bairros periurbanos dos municípios da região. no entanto, uma parcela persistiu no meio rural: parte se integrou no movimento dos trabalhadores rurais sem terra (mst) a partir dos anos 1980 e foi beneficiada pela política de reforma agrária, e outra porção persistiu em comunidades rurais, sendo que em algumas delas a presença de famílias caboclas ainda é expressiva. estas famílias, na sua maioria, vivem em situação de precariedade, reprodução social limitada e têm dificuldades para acessar políticas públicas de desenvolvimento agrícola. em geral, não são reconhecidas pelas organizações profissionais agrícolas (opa) serviços públicos de extensão rural, bancos públicos, cooperativas, ong e sindicatos enquanto agricultores profissionais passíveis de adotarem as orientações tecnológicas difundidas pelas opa. a situação de relativa invisibilidade social dos agricultores caboclos no oeste catarinense tem a ver com acontecimentos históricos, fortemente marcados pela guerra do contestado (1912-1916). as populações caboclas normalmente são abordadas pelos estudos sobre esse evento, com destaque para as comunidades associadas aos antigos redutos da guerra. no entanto, nem todos os caboclos participaram da guerra, e muito pouco se sabe sobre a história e a existência de comunidades de remanescentes caboclos que não necessariamente tiveram ligação com o conflito. neste contexto, buscou-se nesta pesquisa identificar, mapear e elaborar um inventário preliminar das comunidades rurais com presença de famílias de origem cabocla no tmoc, com a finalidade de tornar visível a persistência dessas famílias no espaço rural, apesar dos processos de exclusão e segregação socioespacial historicamente sofridos pela população cabocla. de forma complementar, procurou-se caracterizar as principais estratégias de reprodução social de agricultores de origem cabocla em um caso específico, com o propósito de compreender as estruturas explicativas da permanência dessas famílias no meio rural, em que pesem os estigmas sociais e a desestruturação do seu modo de vida tradicional. metodologicamente, adotaram-se procedimentos quantitativos e qualitativos de forma combinada, entre eles pesquisas em documentos oficiais, literatura científica, consulta eletrônica, telefônica e presencial a instituições públicas e organizações sociais, entrevistas exploratórias e semiestruturadas, além da observação com os agricultores da comunidade. de forma geral, foi possível perceber que há uma persistência de comunidades rurais com presença de famílias caboclas. mesmo com intensos processos de colonização e de modernização da agricultura, essas comunidades não desapareceram completamente, ainda que em boa parte delas a agricultura seja uma atividade secundária. as famílias caboclas recorrem a uma diversidade de estratégias para criar as condições necessárias à sua reprodução no espaço rural. prevalece nesses agricultores uma conduta de estima pelo convívio, solidariedade e sustentabilidade em detrimento dos valores ligados à acumulação e competitividade. a pesquisa revelou diversos indicativos da necessidade de continuidade do inventário e mapeamento das comunidades, assim como da investigação e caracterização de suas estratégias de reprodução social.
Índice de Shannon: 3.64141
Índice de Gini: 0.898707
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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5,93% | 20,89% | 3,75% | 2,95% | 5,02% | 3,42% | 3,76% | 6,45% | 6,79% | 5,44% | 13,35% | 1,97% | 2,34% | 2,23% | 3,71% | 12,00% |
ODS Predominates


5,93%

20,89%

3,75%

2,95%

5,02%

3,42%

3,76%

6,45%

6,79%

5,44%

13,35%

1,97%

2,34%

2,23%

3,71%

12,00%