O diabetes mellitus (dm) faz parte do grupo das doenças crônicas responsável pelas principais causas de morte no mundo e é considerado um dos problemas de saúde de maior magnitude. apesar dos esforços do governo em adotar medidas para o enfrentamento do dm, os serviços de saúde não têm conseguido conter o avanço da doença. além de estar relacionado a taxas crescentes de mortalidade, o dm preocupa devido ao seu custo econômico e social. este estudo teve como objetivo avaliar o grau de implantação das ações voltadas ao controle do dm no âmbito da atenção básica (ab). a pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: um estudo de avaliabilidade e um estudo de caso único. a primeira etapa correspondeu à apreciação da viabilidade da avaliação das ações voltadas ao controle do dm na ab e à construção de um modelo avaliativo, constituído por um modelo teórico, um modelo lógico e uma matriz de análise e julgamento. na segunda etapa foi realizado um estudo de caso único em uma capital do sul do país. como unidades de análise foram selecionadas cinco equipes de referência da ab. os dados foram coletados por meio de análise documental, consulta aos sistemas de informação, entrevistas com roteiro semiestruturado e observação direta com registro em diário de campo. foram entrevistados 29 profissionais. as entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. para organização e análise dos dados foi utilizado o software atlas.ti, versão 7.5.15. foram realizadas análise de conteúdo categórica à luz do ml e triangulação dos dados. o grau de implantação das ações voltadas ao controle do dm na ab foi calculado a partir da diferença percentual entre a pontuação máxima esperada e a observada. os resultados obtidos para a primeira fase da pesquisa revelaram que as ações voltadas ao controle do dm na ab são passíveis de avaliação. o modelo avaliativo proposto é composto por 19 indicadores agregados em sete subdimensões e duas dimensões. a dimensão político-organizacional analisa: gestão de pessoas; infraestrutura; integração da rede de atenção; e monitoramento e avaliação. a técnico-assistencial agrega a análise de: organização do cuidado; diagnóstico; tratamento e acompanhamento; e prevenção do dm e suas complicações. na segunda etapa, o grau de implantação das ações voltadas ao controle do dm na ab no caso estudado foi considerado insatisfatório, com alcance de 57,1% da pontuação esperada. não houve diferença na classificação das dimensões político-organizacional e técnico-assistencial, ambas consideradas insatisfatórias. os resultados obtidos permitiram uma análise geral e particularizada de todos os componentes da maj, de modo a identificar pontos de fragilidade para a tomada de decisão dos gestores e a compreensão dos aspectos que influenciam o grau de implantação em profundidade, considerando os diferentes contextos nos quais a intervenção está inserida. o modelo avaliativo proposto permite, ainda, a comparação interna e entre municípios de diferentes portes populacionais. o desenvolvimento de ações efetivas para o controle do dm na ab ainda é um desafio a ser superado, e exige comprometimento e disponibilidade dos gestores e dos profissionais de saúde.