Essa pesquisa trata sobre as condições de acessibilidade espacial em centros de saúde em florianópolis. contrariando o senso comum que considera acessibilidade espacial um conceito voltado apenas para pessoas com deficiência, neste estudo considera-se que todas as pessoas devem ter acesso garantido a todos os ambientes de forma igualitária. partindo-se do pressuposto de que há problemas de acessibilidade no centro de saúde jardim atlântico do município de florianópolis, principalmente em função de que este edifício foi concebido anterior à publicação da revisão da nbr 9050 em 2015 e da nbr 16537 em 2016, norma de acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos e norma de acessibilidade – sinalização tátil no piso – diretrizes para elaboração de projetos e instalação, respectivamente, questiona-se: quais aspectos de acessibilidade devem ser prioritários nesta edificação para garantir que as pessoas acessem os ambientes e realizem suas atividades com segurança, independência e de maneira igualitária? buscando a resposta a este questionamento, foi realizado um estudo de caso onde se aplicou uma avaliação pós-ocupação em um centro de saúde localizado no município de florianópolis. com uma abordagem qualitativa, optou-se pela aplicação de multimétodos para a verificação dos fenômenos, detectando-se a abrangência de dados contidos na relação entre as barreiras de acessibilidade e os quatro componentes de acessibilidade espacial. os métodos utilizados foram: visita exploratória; entrevista; walkthrough; planilhas de avaliação; passeio acompanhado e matriz de descobertas. a síntese dos resultados dos procedimentos metodológicos realizados no estudo de caso e descritos na matriz de descobertas, forneceu resultados que puderam ser tabelados em um quadro, com a síntese dos problemas encontrados em cada ambiente observado. os ambientes do centro de saúde jardim atlântico que apresentaram maior quantidade de problemas e barreiras impeditivas à acessibilidade espacial foram: calçadas externas, sanitário masculino e recepção. os procedimentos metodológicos que tiveram maior frequência de observações foram o walkthrough técnico e as planilhas de avaliação. em relação aos componentes de acessibilidade espacial, os que apareceram com mais frequência foram orientação espacial e uso. para se definir quais aspectos de acessibilidade espacial são prioritários para o centro de saúde jardim atlântico, foi necessário observar as barreiras existentes apontadas por este estudo, e classificá-las em dificultosas ou impeditivas. após análise dos dados, definiu-se que as barreiras que impedem as pessoas de acessar os ambientes e realizar suas atividades com segurança, independência e de maneira igualitária, devem ser consideradas prioritárias ao se elaborar projetos arquitetônicos e realizar adequações nos espaços. a partir dos dados levantados, foi possível propor recomendações projetuais para o centro de saúde jardim atlântico a fim de tornar acessíveis os ambientes que apresentam barreiras impeditivas de acessibilidade. essas recomendações podem contribuir também para futuros projetos arquitetônicos e adequações dos espaços de outros centros de saúde, de modo que a acessibilidade espacial venha se tornar uma realidade em centros de saúde de florianópolis.