Esta pesquisa avalia as habitações de dimensões reduzidas em edifícios multifamiliares, por meio de análise da compacidade, funcionalidade e flexibilidade arquitetônica. observa-se o crescimento na oferta dessa categoria habitacional com área útil cada vez menor no mercado imobiliário brasileiro e, em particular na área de estudo, parte insular de florianópolis. busca-se contribuir para a compreensão dos aspectos qualitativos da compacidade arquitetônica, mediante os processos de uso, apropriação, adequação e personalização dos espaços. a organização desses espaços visa a otimização e a racionalização da área útil disponível na unidade, fundamentada em aspectos da ergonomia e do design. parte da população opta por essa categoria ao priorizar a localização, a mobilidade urbana, a infraestrutura e serviços qualificados. as dimensões reduzidas dessa categoria habitacional pode ser compensada pela dinâmica de uso de móveis com multifuncionalidade e articuláveis para assumir diferentes funções no decorrer do cotidiano doméstico, de forma sequenciada, simultânea ou periódica. a pesquisa trata de unidades de uso residencial multifamiliar vertical e licenciadas por órgão regulador da prefeitura municipal. o estudo analisou a oferta de 391 projetos aprovados para novas construções no período de 2010 a 2014, totalizando a área construída de 2.667.320m². essa oferta compreende 14.988 unidades residenciais, sendo 1.614 de habitações com dimensões reduzidas e concentração de funções. a pesquisa busca aplicar alguns métodos para avaliar essa categoria habitacional, identificando aspectos conceituais e requisitos mínimos, assim como a detecção de conflitos e incompatibilidades com o código de obras. esses métodos buscam analisar a compacidade, a funcionalidade e a flexibilidade arquitetônica, em seis estudos de caso, sendo três da categoria unidade integrada e três unidades com um dormitório. os resultados mostram que os espaços com dimensões reduzidas induzem a sobreposição de usos, por meio de mobiliário e equipamentos com multifuncionalidade, de modo a atender a diversidade das atividades domésticas. esses espaços frequentemente restringem a usabilidade, reduzindo o desempenho funcional e a flexibilidade arquitetônica. essa flexibilidade, pouco considerada nos processos projetuais contemporâneos, pode ser ampliada pelas possibilidades de transformações da unidade e dos elementos construtivos, constituindo a base para a personalização e adequação dos espaços às necessidades mutáveis dos usuários.