Este trabalho visa analisar a descolonização dos direitos humanos desde as necessidades humanas básicas no contexto de uma práxis plural latino-americana. o surgimento de necessidades radicais, com o encobrimento dos sujeitos históricos da periferia global, ocorre a partir da invasão da américa. os processos liberatórios desde o sul desvelam que os discursos colonizadores funcionam como legitimadores da lógica da colonialidade, que subjuga as capacidades de existência desses sujeitos. com isso, se questiona se a abordagem descolonial expressa outro fundamento para estes direitos, diferente da concepção tradicional construída desde o discurso hegemônico. tendo como marco teórico o pluralismo jurídico de teor comunitário-participativo, o presente trabalho problematiza os fundamentos tradicionais dos direitos humanos desde os processos liberatórios latino-americanos para uma base descolonial dos direitos humanos. nota-se que a lógica colonial submete os sujeitos históricos do sul global a permanentes, crescentes e precárias condições de vida. esta pesquisa verifica as possibilidades de reformular os direitos humanos das necessidades humanas básicas desde as reflexões descoloniais. o raciocínio empreendido dessa discussão é dedutivo e é apresentado em três capítulos que se propõem: compreender a perspectiva descolonial de pensamento emergente na américa latina, com o propósito de buscar formas outras de pensar os direitos humanos; colacionar relatos de origem sobre a historicidade da natureza humana, os quais formulam uma função colonizadora dos direitos humanos; e procurar prescrever os caminhos para uma fundamentação dos direitos humanos desde as necessidades radicais, tendo em vista o impulso inicial da perspectiva pluralista. com isso, o cerne da pesquisa transcorre uma análise descolonial dos discursos fundadores dos direitos humanos na natureza humana, subsidiários de uma formulação que os concentra na propriedade a despeito da histórica expropriação colonial que se reinventa na estrutura de poder dessas sociedades.