A sardinha-verdadeira (sardinella brasiliensis) está entre os peixes marinhos mais capturados no brasil, fornecendo juvenis para a pesca de atuns e adultos para a indústria alimentícia. contudo, diante dos frequentes colapsos do estoque pesqueiro, a aquicultura apresenta-se como uma excelente alternativa para atender esta demanda. nesse contexto, o conhecimento sobre a reprodução em cativeiro é essencial e, portanto, o presente estudo descreve o processo de primeira maturação sexual da sardinha-verdadeira em laboratório. após desova espontânea de reprodutores de primeira geração (f1), larvas de sardinha-verdadeira foram criadas em sistema intensivo, 30 dias após a eclosão, um lote de 2.000 juvenis (f2) em confinamento, durante 12 meses. os peixes foram alimentados com dieta comercial a uma taxa de 5% da biomassa por dia, nos primeiros três meses de vida e, após, até a saciedade aparente. parâmetros físico-químicos da água foram medidos periodicamente. amostragens mensais foram realizadas para coleta de parâmetros biométricos e coleta de gônadas, para determinação do crescimento, da relação gonadossomática e desenvolvimento ovariano. os resultados mostraram que o l50 do lote foi aos 5 meses de idade e 10,7 cm e l100 aos 13,6 meses de idade com 15 cm de comprimento, além de identificar através de histologia que o lote entrou na subfase de desenvolvimento inicial aos cinco meses de idade, dando início ao ciclo reprodutivo. com isso, o lote passou a converter energia de crescimento em maturação, direcionando o seu crescimento ao peso, como indica o crescimento alométrico positivo. através das análises histológicas é possível visualizar que o ovário de sardinha-verdadeira possui desenvolvimento ovocitário “sincrônico em mais de dois grupos”, podendo reproduzir mais de uma vez por ano.