Este estudo teve como objetivo geral analisar a relação entre empoderamento estrutural e ambiente de prática profissional de enfermeiros no contexto hospitalar. trata-se de uma pesquisa de métodos mistos, com a estratégia incorporada concomitante. o estudo quantitativo se configurou como uma pesquisa transversal, descritiva e correlacional. a pesquisa qualitativa foi do tipo exploratóriodescritivo. a coleta de dados quantitativos e qualitativos ocorreu entre os meses de abril a outubro de 2019. a amostra foi constituída por 134 enfermeiros de um hospital universitário do sul do brasil. para a coleta de dados quantitativos, foram utilizados uma ficha de caracterização pessoal e profissional; escala do empoderamento: conditions of work effectiveness questionnaire ii (cweq - ii) na versão adaptada e validada em português; e a versão brasileira do instrumento de mensuração do ambiente de prática profissional do enfermeiro: nursing work index - revised (nwi-r). a análise dos dados quantitativos foi realizada no programa statistical package for the social sciences (spss). os dados qualitativos foram obtidos por meio da análise dos depoimentos adicionais registrados pelos participantes ao final de cada instrumento. os conteúdos textuais dos dados qualitativos foram processados no software iramuteq (interface de r pour les analyses multidimensionnelles de textes et de questionnaires) e, posteriormente, os dados foram submetidos à análise de conteúdo. os resultados apontam que os enfermeiros foram considerados moderadamente empoderados ao se analisar as quatro subescalas do empoderamento estrutural (oportunidade, informação, suporte e recursos), com somatória total na escala de 12,83 pontos, sendo que a maior média bruta entre as subescalas do cweq - ii foi em oportunidade, com média de 4,10 (dp=0,77). foram encontrados efeitos significativos entre oportunidade e os enfermeiros que exerciam atividades assistenciais, e efeito significativo também entre oportunidade e enfermeiros muito insatisfeitos. em relação à satisfação com o trabalho atual, enfermeiros com menor acesso à informação são mais insatisfeitos com o seu trabalho, e, da mesma forma, quanto menor o acesso à recursos, mais insatisfeitos tendem a ser os enfermeiros com o seu trabalho. o estudo aponta para níveis moderados de empoderamento e um ambiente de trabalho favorável. foram encontradas correlações significativas principalmente entre: “recursos” e “controle sobre o ambiente”; “suporte” e “autonomia”; “recursos” e “suporte organizacional”; e entre as subescalas “recursos” e “autonomia”. todas as correlações identificadas apresentaram convergências entre as ideias centrais das falas que representaram o corpus de análise por meio do iramuteq na etapa qualitativa. a presente pesquisa traz contribuições para a área de conhecimentos em gestão de serviços hospitalares, pois com base na identificação do nível de empoderamento estrutural do enfermeiro e do quanto o ambiente de trabalho é favorável para o desempenho da profissão da enfermagem, os serviços de saúde podem adotar estratégias para proporcionar melhorias nas dimensões relacionadas ao empoderamento estrutural e ao ambiente de trabalho do enfermeiro.