O objetivo deste estudo foi determinar a incidência do bruxismo do sono e dos sinais clínicos de facetas de desgaste devido ao bruxismo do sono em crianças e adolescentes. estudo longitudinal realizado nas escolas municipais de florianópolis, santa catarina. os dados do baseline foram obtidos em 2014 avaliando pré-escolares de 2 a 5 anos e em 2016 com escolares de 8 a 10 anos. o follow-up foi realizado em 2019, todas as crianças previamente avaliadas no baseline foram convidadas a participar. os pais preencheram questionários com perguntas socioeconômicas e direcionadas ao que se buscava investigar, tanto no baseline quanto no follow-up. foram entregues questionários direcionados para as crianças/adolescentes no follow-up. a variável desfecho foi o bruxismo do sono, obtido através do relato dos pais (baseline) e autorrelato da criança/adolescente (follow-up). cinco examinadores, previamente calibrados (kappa > 0,70), realizaram exames clínicos. investigou-se erosão, presença de facetas por desgaste devido ao bruxismo e maloclusões. realizou-se análise descritiva dos dados, regressão logística com modelo multinível e regressão de poisson para medidas repetidas, com razão de incidência (irr) e intervalo de confiança 95% (ic 95%), considerando nível de significância 5%. participaram do follow-up 253 crianças/adolescentes, com idades entre 7 e 13 anos. a média da idade foi de 11,25 anos (dp ±2.19), sendo a maioria do sexo feminino (59,3%). não houve aumento na incidência do bruxismo do sono (ic 95%: 0,74- 1,35). em relação a faceta de desgaste, as crianças/adolescentes do follow-up apresentaram 2 vezes mais risco para a ocorrência desta consequência do bruxismo do sono (ic 95%: 1,89-2,60). conclui-se que ao longo do tempo as crianças/adolescentes tendem a continuar com o bruxismo do sono, e devido a isso, ocorre o aumento de facetas de desgaste.