O objetivo deste estudo transversal multicêntrico foi identificar a prevalência das doenças periimplantares em pacientes com implantes de conexão interna cônica. assim como estimar a sua associação com indicadores de risco e características clinicas. pacientes com sistema de implantes dentários de titânio de duas peças unidos por conexão interna cônica (implacil de bortoli, sao paulo, brazil) e com mais de um ano em função foram convidados para participar do estudo. dados relacionados ao paciente, implante/próteses e manutenção foram coletados e os pacientes foram submetidos a uma avaliação clínica e radiológica. os parâmetros peri-implantares avaliados foram: (1) sangramento à sondagem (bleeding on probing, bop), (2) supuração (suppuration, supp), (3) índice de placa modificado (modified plaque index, mpi), (4) mucosa ceratinizada (keratinized mucosa, km), (5) profundidade de sondagem (probing depth, pd), (6) recessão marginal (marginal recession, mr), (7) selamento de tecido conjuntivo peri-implantar (connective tissue seal, cts). o nível da crista óssea marginal (marginal bone level, mbl), foi mensurado calculando a distância entre a plataforma do implante e o contato osso-implante mais apical na radiografia digital pariapical. o diagnóstico (saúde, mucosite peri-implantar ou peri-implantite) foi definido em base no consenso do workshop 2017 da classificação de doenças periodontais e periimplantares para estudos epidemiológicos. para estimar a associação entre as doenças periimplantares com os indicadores de risco e as características clinicas foram realizadas regressões logísticas multivariadas (p <0,05). noventa e nove pacientes com 266 implantes foram incluídos, com um tempo médio de função de 30,26 ± 17,86 meses. a prevalência de mucosite peri-implantar e peri-implantite foi de 42,86% e 11,65% a nível do implante, e 49,50% e 15,15% a nível do paciente. indicadores relacionados ao paciente, como osteoporose (or: 9,32), idade (or: 0,96) e diabetes mellitus (or: 3,97) foram significativamente correlacionados com mucosite peri-implantar. osteoporose (or: 12,76) e doença periodontal (or: 2,82) foram significativamente correlacionadas com peri-implantite. em relação aos indicadores relacionados ao implante e prótese, a mucosite peri-implantar foi associada à próteses cimentada (or: 3,64) e próteses parcial (or: 2,34). a peri-implantite foi associada a próteses cimentadas (or: 21), próteses parciais e totais (or: 19,37 e or: 25,75), diâmetro do implante (or: 4,66) e altura transmucoso do componente protético (or: 3,59). além disso, a manutenção usando apenas escovação manual foi associada com a prevalência de mucosite peri-implantar (or: 2,99) e peri-implantite (or: 5,02). a dificuldade de higienização alta (or: 3,14) foi significativamente associada à peri-implantite. com relação às características clinicas, mucosite peri-implantar foi significativamente correlacionados com presença de escore 3 de mpi (or: 3,27) e níveis altos de pd (or: 1,64), enquanto que a peri-implantite foi relacionada com escore 3 de mpi (or: 16,42), km (or: 1,53), pd (or:1,81), mr (or: 2,61), e cts (or: 0,63). a prevalência de peri-implantite foi identificada em 15,15% dos pacientes e em 11,65% dos implantes avaliados. a prevalência de mucosite e peri-implantite foi associado com indicadores de risco relacionados ao paciente, implante ou próteses e manutenção. os parâmetros periimplantares avaliados foram associados com as doenças peri-implantares caracterizando-as clinicamente.