O objetivo geral desta pesquisa é propor um método para classificação do desempenho de vidros considerando o consumo de energia resultante para resfriamento e aquecimento de edificações residenciais para os climas brasileiros. o mundo está enfrentando uma "crise fria" iminente. políticas para melhorar o desempenho térmico dos edifícios devem ser desenvolvidas para trazer economia de energia, pois o consumo energético para resfriamento do espaço está crescendo mais rapidamente do que para qualquer outro uso final nas edificações. no brasil, o setor de edificações composto por residências, comércio e edifícios públicos representou 51% do consumo total de energia elétrica em 2017. além disso, foi observado que o consumo de energia elétrica do setor residencial dispôs um crescimento de 61% entre 2005 e 2017. tal crescimento foi influenciado pela elevação do uso de aparelhos de condicionamento de ar. ademais, o uso de equipamentos de condicionamento de ar pode mais que dobrar até 2035. sabe-se que as esquadrias são responsáveis pelo aumento das perdas e ganhos de calor entre a edificação e o ambiente externo, fator que impacta diretamente no desempenho térmico. sendo assim, esta pesquisa busca classificar os vidros quanto ao consumo de energia para condicionamento de ar, e para isso, o método proposto seguiu alguns passos. inicialmente realizou-se uma relação de 15 cidades características dos climas do país. logo após foram definidas 3 tipologias representativas das residências brasileiras, para então selecionar e caracterizar uma amostra de 28 vidros a serem simulados, escolhidos a partir de diferentes valores de fator solar e transmitância térmica. a partir de uma série de simulações paramétricas no programa energyplus, foram estudados e definidos indicadores e padrões de referência de desempenho térmico de edificações residenciais em função do tipo de vidro. equações de regressão foram desenvolvidas para permitir a classificação dos vidros com base nas suas características, a fim de comparar qualquer tipo de produto. ao analisar a variação de consumo de energia com climatização, foi possível observar um comportamento análogo entre as cidades, as tipologias e os tipos de vidros. após inúmeros testes, uma equação para prever o consumo por resfriamento e outra para prever o consumo por aquecimento foram obtidas. as equações apresentaram resultados satisfatórios: r² de 0,94 para a equação da estimativa do consumo para resfriamento e 0,98 para a equação da estimativa do consumo para aquecimento. por fim, propôs-se uma classificação do nível de desempenho térmico dos vidros em função das suas propriedades físicas e o consequente consumo de energia em climatização.