O objetivo geral, desta pesquisa, é analisar compreensões de professoras, a respeito da educação das relações étnico-raciais, mobilizadas a partir do diálogo sobre uma proposta didática com o tema evolução e alimentação. para tanto, a construção da pesquisa buscou: identificar referências sobre ensino de evolução e educação das relações étnico-raciais; elaborar uma proposta didática para o ensino de biologia, no contexto da educação das relações étnico-raciais, trazendo uma abordagem nova para o ensino de evolução: a domesticação da melancia, como um exemplo de conhecimento ancestral africano na agricultura; discutir relações étnico-raciais, com professoras de biologia, a partir da proposta didática elaborada, analisando as compreensões que emergem desse diálogo. são utilizados como referenciais teóricos a educação das relações étnico-raciais e os estudos de decolonialidade. a análise caracteriza-se como qualitativa e está sistematizada a partir de um roteiro de avaliação da proposta didática, entrevistas semi-estruturadas e questionário sociodemográfico. participaram da pesquisa três professoras de biologia da rede estadual educação do estado de santa catarina. os resultados indicaram duas categorias de análise. a primeira delas, denominada “pertencimento étnico-racial e posicionamento político”, permite afirmar que as professoras consideram que o ensino de biologia deve contribuir para a superação do racismo na escola, apresentando um posicionamento político consoante. permite identificar ainda, que as professoras brancas não mencionaram as relações étnico-raciais como algo do cotidiano. em consonância com a afirmação de que, no dia a dia, as pessoas brancas não são questionadas sobre raça, ou seja, a sociedade racializa, somente, pessoas negras e indígenas. a outra categoria, denominada “superação de estereótipos e valorização da diversidade étnico-racial”, indica que, em suas práticas docentes, elas buscaram abordar os temas: violência policial contra população negra; cotas raciais para acesso ao ensino superior; e importância das populações indígenas na diversificação de plantas na região amazônica, com intuito de superar estereótipos e valorizar diversidade étnico-racial. os diálogos realizados com as professoras, permitiram identificar que suas compreensões sobre educação das relações étnico-raciais, são perpassadas pelos âmbitos da formação docente, do ambiente escolar, comunitário e familiar. por fim, também apontamos que as compreensões evidenciadas, bem como as avaliações das professoras, sobre a proposta didática, contribuíram para um amadurecimento e avanço pedagógico da proposta elaborada. conclui-se que a prática pedagógica, voltada para uma educação das relações étnico-raciais, necessita da mediação docente comprometida com a perspectiva antirracista, podendo ser desenvolvida nas formações iniciais e continuadas. a repercussão do estudo incide no avanço das discussões sobre relações étnico-raciais no ensino de biologia, mais especificamente no ensino de evolução e alimentação.