A presente tese, submetida ao programa de pós-graduação da universidade federal de santa catarina (ufsc), realizada na linha sujeitos processos educativos e docência, resulta de pesquisa teórica e empírica cujo objetivo geral foi compreender a organização e desenvolvimento de projetos de educação integral, especialmente os condicionantes do financiamento nos seus redesenhos curriculares. entende-se por projetos de educação integral experiências nas esferas federal, estadual e municipal, implantadas em redes públicas de ensino, que atendem estudantes do ensino fundamental em tempo ampliado. metodologicamente, a pesquisa se ancorou em abordagens qualitativas e se sustentou em referenciais da teoria histórico-cultural. a tese envolveu um estudo empírico que buscou analisar, a partir da exploração de documentos de orientação curricular e entrevistas, os redesenhos curriculares e as repercussões do financiamento em quatro projetos importantes em desenvolvimento no brasil: programa mais educação ? mec; escola pública integrada ? sc; programa escola integrada ? mg e escola intendente aricomedes da silva ? sc. a análise dos projetos foi orientada por quatro categorias teóricas e metodológicas constituintes dos chamados redesenhos curriculares, quais sejam: tempo/espaço; intersetorialidade / territorialidade; conhecimentos e saberes; e integração curricular. como referencial teórico desta abordagem discutida no capítulo 2, amparou-se o trabalho em autores, como: duarte (2010); leontiev (1978) e saviani (2005, 2007, 2013). o aprofundamento sobre financiamento na educação e, especialmente, na educação integral, ocorreu nos capítulos 3 e 4, com base em davies (2006, 2014); cury (2003, 2007, 2017); menezes (2005); monlevade (2012); duarte (2010); melchior (1991); pinto (2000, 2007, 2009, 2014, 2015); teixeira (1953); entre outros. no capítulo 5 tratou-se sobre concepções de educação integral, formação humana integral e redesenhos curriculares, na intenção de distingui-las e no sentido de que estas, ao existirem, possibilitam a compreensão dos projetos existentes como espaços potentes para os redesenhos curriculares. como fundamentação teórica para essa compreensão, dialogou-se com: cavaliere (2007, 2009, 2014); coelho (2012, 2016); freire (2005); leite (2012, 2015, 2016); maurício (2004, 2009, 2016); moll (2012); thiesen (2015, 2020), entre outros. para situar a centralidade que o currículo ocupa na escola enquanto espaço de materialização da formação humana integral, sustentou-se o texto especialmente em pesquisadores, como arroyo (2011, 2014); moreira (2006); pacheco (2005, 2006, 2007, 2009); gimeno sacristán (2000, 2013). os resultados da pesquisa, em geral, revelaram que os redesenhos curriculares são dinamizados em patamares distintos, seus modos de organização, em geral, refletem as concepções de quem os administram e as condições objetivas disponibilizadas. ficou evidenciado que quanto mais assistidos do ponto de vista financeiro, mais mudanças significativas os projetos podem produzir em relação à (re)configuração curricular, alcançando, inclusive, redesenhos curriculares mais complexos, que envolvem a cidade, suas culturas e sujeitos. a pesquisa revelou ainda que o acesso aos dados do financiamento correspondentes à receita educacional constitui um grande desafio, em razão da falta de transparência pública nas informações. não obstante os desafios de toda a ordem para desenvolvimento dos projetos de educação integral, constata-se que há significativos esforços empreendidos pelas equipes gestoras e demais profissionais envolvidos em alcançar patamares mais elevados de formação para os estudantes das escolas públicas.