A maior parte do nosso conhecimento sobre a estrutura da via láctea vem do estudo de estrelas variáveis. as cefeida e rr lyrae são os tipos mais utilizados para a obtenção de distâncias e propriedades de populações estelares. com o objetivo de levantar variáveis e buscar por estruturas no bojo galáctico desenvolvemos um algoritmo para identificar e classificar rr lyrae e binárias eclipsantes, num processo semiautomático, usando as características distintivas das curvas de luz. a investigação foi realizada na região interna do bojo galáctico, numa área de 13,4 graus quadrados, entre as coordenadas galácticas 1,68º < l <7,53º e -3,73º < b < -1,44º, correspondendo aos tiles b293 a b296 e b307 a b310 do vvv. classificamos com precisão 212 novas binárias eclipsantes e 67 novas rr lyrae. as novas binárias eclipsantes não estão distribuídas uniformemente pelo campo, mas se concentram num pequeno canto da região onde a extinção é severa. além disso, as binárias aparecem principalmente ao longo da parte frontal do disco (foreground disk), mas com algumas sobre a região do bojo galáctico. já as rr lyrae parecem seguir uma distribuição esférica em torno do centro galáctico, seguindo uma distribuição de pico simples, centrado em aproximadamente 8 kpc do sol. as rr lyrae não seguem as distribuições das red clumps que caracterizam a barra e a estrutura em forma de x do bojo. também observamos que as rr lyrae da região mais interna do bojo apresentam períodos mais curtos que as do halo galáctico. isso pode indicar que as rr lyrae da região mais interna do bojo são mais ricas em metais que as rr lyrae do halo. também calculamos a distância até os aglomerados ngc 6544, djorg 2, terzan 9 e terzan 10 usando as rr lyrae dentro de 3x o raio de meia massa de cada aglomerado. ngc 6544, djorg 2 e terzan 10 aparecem além de 8 kpc. terzan 10, inclusive, parece pertencer ao braço espiral “far 3 kpc arm”. a análise da distribuição esférica das rr lyrae nesta pequena porção do céu contradiz resultados do óptico, que apresenta fortes indícios de uma distribuição elipsoidal. no entanto, nossos resultados são consistentes com outros trabalhos similares realizados no infravermelho para outras regiões da galáxia. a extensão desse levantamento para todo o bojo, em especial para as regiões inexploradas, poderia consolidar esses resultados.