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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Não Informado

Departamento: Não Informado

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Ambiental

Tipo do Documento: Tese

Título: O PAPEL DOS FILTROS AMBIENTAIS NA ESTRUTURAÇÃO DAS COMUNIDADES FITOPLANCTÔNICAS EM UM RESERVATÓRIO SUBTROPICAL

Orientador
  • MAURICIO MELLO PETRUCIO
Aluno
  • JONATAS ALVES

Conteúdo

Nos ecossistemas de água doce, a dinâmica e a estrutura das comunidades fitoplanctônicas são tradicionalmente correlacionadas com a variabilidade dos filtros ambientais em diferentes escalas espaciais e temporais. de maneira geral, essa variabilidade ambiental pode determinar substituições periódicas nas assembleias fitoplanctônicas, modificando seus aspectos taxonômicos e funcionais e, em alguns casos, favorecendo o crescimento e a dominância de grupos específicos de algas. via de regra, a luminosidade e a concentração de nutrientes desempenham um papel fundamental na estruturação das comunidades fitoplanctônicas. no entanto, diversos outros fatores ambientais podem afetar a disponibilidade de luz e de nutrientes para o fitoplâncton, afetando, portanto, a estrutura do fitoplâncton de forma igualmente importante. entre estes filtros ambientais, podemos destacar os fatores climáticos (temperatura, insolação e a pluviosidade) e os processos hidrodinâmicos (regime de mistura, fluxo e estratificação) e hidrológicos (características físico-químicas como ph, concentração de sólidos, oxigênio dissolvido, etc.) específicos de cada ecossistema. em ambientes perturbados, como é o caso dos reservatórios e lagos artificiais, o papel destes filtros ambientais é geralmente potencializado, uma vez que a modificação do curso e da dinâmica naturais do rio e as alterações da paisagem e do clima em escala local podem exercer influência direta sobre o hábitat, o nicho e a disponibilidade de recursos para os organismos que compõem o fitoplâncton destes ecossistemas. assim, descrever o papel dos filtros ambientais na estruturação destas comunidades torna-se uma importante ferramenta para o entendimento da dinâmica espacial e temporal dos ecossistemas de água doce, especialmente em ambientes impactados. neste sentido, a presente tese objetivou avaliar o papel e a potencial influência da variabilidade espaço/temporal dos filtros ambientais na estruturação das comunidades fitoplanctônicas no reservatório de itá, sul do brasil. mais especificamente, os três capítulos e o estudo incluído no apêndice desta tese objetivaram, respectivamente: i) verificar a ocorrência de dissimilaridades espaço/temporais e padrões de dominância e avaliar a influência da variabilidade ambiental na comunidade fitoplanctônica do reservatório, identificando os principais fatores ambientais correlacionadas com a densidade fitoplanctônica neste ambiente; ii) determinar a importância relativa dos processos espaciais e ambientais na estruturação funcional da comunidade microfitoplanctônica do reservatório, utilizando a abordagem dos grupos funcionais baseados em aspectos morfológicos proposta por kruk et al., (2010); iii) 3) investigar os principais fatores abióticos relacionados à ocorrência de variabilidades temporais na biomassa do dinoflagelado exótico invasor ceratium furcoides no reservatório de itá e avaliar o efeito de sua ocorrência nos indicadores de diversidade do microfitoplâncton; e iv) caracterizar o estado trófico do reservatório de itá, sul do brasil, avaliando sua influência na estruturação das comunidades fitoplanctônicas neste ambiente. os dados de campo foram registrados trimestralmente, entre fevereiro/2017 e dezembro/2018, em seis pontos de amostragem estabelecidos na área de abrangência do reservatório. os resultados do capítulo i evidenciaram a ocorrência de dissimilaridades sazonais significativas na composição da comunidade fitoplanctônica, com predominância de cianobactérias potencialmente nocivas (aphanizomenon spp. e dolichospermum spp.) no verão, dinoflagelados exóticos (ceratium furcoides) no outono/inverno e algas verdes na primavera. a temperatura da água explicou 53% da dissimilaridade do fitoplâncton, e o ph, sólidos solúveis e disponibilidade de nutrientes também foram incluídos entre as variáveis ambientais que melhor explicaram a variabilidade nas densidades do fitoplâncton. no capítulo ii, significativas dissimilaridades sazonais foram observadas na biomassa dos grupos funcionais baseados na morfologia (mbfg). maiores biomassas de cianobactérias potencialmente nocivas (mbfg iii) e do dinoflagelado exótico/invasor ceratium furcoides (mbfg v) foram observadas no verão e no outono/inverno, respectivamente. o componente climático (precipitação, temperatura da água e a intensidade do vento) explicou sozinho 23% da variação na biomassa dos mbfgs, enquanto que o componente espacial explicou apenas 2% desta variação. no capítulo iii, a disponibilidade de nutrientes e a transparência da água foram identificados como os principais fatores abióticos correlacionados com o aumento da biomassa de c. furcoides durante as estações frias, resultando em uma diminuição da diversidade e aumento da dominância na assembleia microfitoplanctônica nestas estações. no estudo apresentado no apêndice, o elevado estado trófico, a disponibilidade de nutrientes e as características do uso e ocupação do solo no entorno do reservatório foram apontados como fatores-chave para explicar a variabilidade sazonal do fitoplâncton. esses resultados demonstraram que a variabilidade temporal dos filtros ambientais relacionados ao clima e ao estado trófico do reservatório desempenham um papel fundamental no estabelecimento e crescimento deste dinoflagelado invasor neste ambiente. em síntese, os resultados aqui apresentados evidenciaram uma influência significativa dos filtros ambientais relacionados às condições climáticas e à disponibilidade de nutrientes sobre a estruturação taxonômica e funcional da comunidade fitoplanctônica do reservatório de itá, bem como no estabelecimento e crescimento de espécies potencialmente tóxicas e exóticas neste ambiente. esses resultados alertam, entre outras questões, para a necessidade de investigações mais cuidadosas sobre a influência dos filtros ambientais relacionados ao clima e ao enriquecimento nutricional na estruturação de comunidades fitoplanctônicas e no favorecimento de florações periódicas de algas nocivas e exóticas em ecossistemas subtropicais de água doce, especialmente em ambientes perturbados, como reservatórios artificiais com níveis tróficos elevados. essas investigações se tornam ainda mais urgentes e importantes se considerarmos cenários futuros com intensificação de eventos climáticos extremos (por exemplo, aumento na temperatura, mudanças nos padrões de chuva e seca) e eutrofização dos ambientes aquáticos, especialmente em escala local e regional.

Índice de Shannon: 3.77056

Índice de Gini: 0.915654

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
2,91% 5,94% 3,35% 2,90% 3,14% 15,55% 5,07% 3,20% 3,77% 2,84% 8,33% 9,82% 11,62% 7,33% 9,78% 4,43%
ODS Predominates
ODS 6
ODS 1

2,91%

ODS 2

5,94%

ODS 3

3,35%

ODS 4

2,90%

ODS 5

3,14%

ODS 6

15,55%

ODS 7

5,07%

ODS 8

3,20%

ODS 9

3,77%

ODS 10

2,84%

ODS 11

8,33%

ODS 12

9,82%

ODS 13

11,62%

ODS 14

7,33%

ODS 15

9,78%

ODS 16

4,43%