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Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado

Centro: Ciências Agrárias

Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais

Dimensão Institucional: Pós-Graduação

Dimensão ODS: Não calculada

Tipo do Documento: Tese

Título: É PAGANDO QUE SE PRESERVA? LIMITAÇÕES E OPORTUNIDADES DO PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS COMO INSTRUMENTO DE CONSERVAÇÃO DE RECURSOS FLORESTAIS NO CORREDOR ECOLÓGICO CHAPECÓ, SANTA CATARINA.

Orientador
  • ALFREDO CELSO FANTINI
Aluno
  • GISELE GARCIA ALARCON

Conteúdo

Iniciativas de pagamento por serviços ambientais (psa) se espalharam rapidamente no brasil na última década, somando atualmente cerca de uma centena de programas nos diferentes biomas brasileiros. o uso deste instrumento de conservação ambiental passou a ser visto como uma estratégia para compensar o produtor rural pela perda de áreas produtivas para a conservação da biodiversidade e pela provisão de serviços ambientais fundamentais para a sociedade brasileira. no entanto, a aplicação deste instrumento enfrenta uma série de limitações que incluem a baixa adicionalidade dos programas, o alto custo de oportunidade da terra e o risco de criar uma cultura no meio rural onde é apenas pagando que se preserva. esta tese se propôs a avaliar como uma política de psa pode contribuir para a conservação de recursos florestais no âmbito do corredor ecológico (ce) chapecó-sc, incluindo análises sobre a percepção de benefícios e uso de recursos florestais, a avaliação de sinergias e trade-offs entre cenários de políticas de conservação ambiental e da disposição de produtores rurais em participarem de um programa de psa. foram entrevistados 100 produtores rurais, 49 representantes de instituições tomadoras de decisão, duas cooperativas de produtos agrícolas e duas ervateiras. cenários de políticas ambientais (código florestal de 1965, código ambiental catarinense, baixa efetividade legal) foram simulados no aplicativo invest (integrated valuation of environmental services and trade-offs), bem como a provisão de oito bens e serviços ambientais. os serviços de provisão e de regulação foram aqueles reconhecidos com maior frequência pelos entrevistados. a disponibilidade hídrica ocupou o primeiro lugar (65%), seguido pela manutenção de hábitat para biodiversidade (34%) e lenha (23%). a renda e o uso local de recursos florestais foram as variáveis que melhor explicaram a percepção dos produtores rurais sobre os benefícios da floresta. no entanto, foi preciso o uso de três recursos florestais para que um benefício da floresta fosse percebido, indicando uma certa limitação no reconhecimento do valor da floresta em pé para o estabelecimento agropecuário. as restrições legais potencializam esta baixa percepção, pois dificultam o uso dos recursos florestais e, consequentemente, o reconhecimento doseu valor. mudanças em políticas de conservação ambiental podem impactar significativamente a provisão de serviços ambientais no ce chapecó. o cenário do código florestal de 1965 produziu os maiores ganhos para serviços ambientais, enquanto o cenário de baixa efetividade legal favoreceu a expansão de commodities. foram observados trade-offs entre commodities, carbono e qualidade de hábitat. a flexibilização do código florestal de 1965afetará a provisão de serviços ambientais, e provavelmente irá interferir em programas de psa na mata atlântica. quanto à motivação dos produtores em participar de um programa de psa, 94% dos entrevistados mostraram interesse em participar de um programa voltado à conservação da floresta em pé, e apenas 48% estavam interessados na recuperação florestal. o valor médio declarado para participação em um programa de recuperação florestal (r$ 361,00/hectare/ano) foi 62% maior do que o valor médio declarado para conservação da floresta, mesmo que os custos da recuperação sejam arcados pelo programa. a escolaridade constituiu a variável de maior relevância para determinar os valores mínimos declarados para conservação, enquanto o custo de oportunidade foi a variável de maior relevância para recuperação florestal. pequenos produtores rurais mostraram-se mais interessados em aderir ao psa. esta característica pode resultar em maior equidade de acesso ao programa e uma chance de melhoria das condições sociais locais, no entanto, corre-se o risco de que os objetivos primários da criação do ce chapecó sejam comprometidos. o modelo de gestão do ce chapecó baseado no sistema de créditos de conservação (sicc) e no capital semente como instrumentos de psa, apresenta algumas limitações. a lacuna de tempo e a incerteza de participação dos produtores rurais no esquema do sicc podem gerar efeitos perversos, tais como a conversão das áreas incluídas originalmente no programa para as práticas danosas anteriores. na proposta de psa do ce chapecó, os pagamentos não podem ser descolados de uma ação mais integradora das comunidades, tendo em vista uma mudança na percepção sobre a relevância dos recursos florestais e um reforço de valores morais e éticos associados às formações florestais. esta estratégia é fundamental como forma de afastar o risco de secriar uma cultura no meio rural onde seja apenas pagando que se preserva

Pós-processamento: Índice de Shannon: 0.0623905

ODS 1 ODS 2 ODS 3 ODS 4 ODS 5 ODS 6 ODS 7 ODS 8 ODS 9 ODS 10 ODS 11 ODS 12 ODS 13 ODS 14 ODS 15 ODS 16
0,02% 0,04% 0,02% 0,02% 0,02% 0,06% 0,03% 0,02% 0,02% 0,02% 0,04% 0,06% 0,06% 0,03% 99,51% 0,02%
ODS Predominates
ODS 15
ODS 1

0,02%

ODS 2

0,04%

ODS 3

0,02%

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ODS 5

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ODS 6

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ODS 7

0,03%

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