O autismo, um transtorno que afeta o desenvolvimento de habilidades sociocomunicativas e implica na presença de comportamentos estereotipados, interesses restritos e atividades repetitivas, é amplamente tratado por meio de intervenções psicoeducacionais, com equipe multiprofissional. o psicólogo tem papel fundamental no acompanhamento do desenvolvimento da criança e sua família e suas práticas profissionais são acessadas em condições das mais diversas na realidade brasileira. num desses recortes de realidade, emerge o programa mediação, que é um programa de intervenção psicológica precoce no desenvolvimento de crianças com autismo. o programa mediação foi modelado, consistindo esse processo dos delineamentos teórico e metodológico, a partir de três estudos, que foram: estudo 1: de revisão de literatura sobre princípios da intervenção precoce para o autismo; estudo 2: delineamento do mediação – programa de intervenção psicológica no desenvolvimento de crianças com tea, no que se refere aos seus componentes teóricos, metodológicos e técnicos. por fim, o desfecho da pesquisa (estudo 3) foi buscar evidências de validade de conteúdo do mediação, por meio de análise do modelo lógico do programa por juízes com expertise no assunto. a tese defendida na presente pesquisa é deque um programa dessa natureza é bem avaliado por juízes experts, conferindo-lhe validade de seu conteúdo se sua modelagem atender a certos critérios teóricos (multirreferencialidade teórica, com referência principal na perspectiva desenvolvimentista), metodológicos (intensividade, sistematização das atividades, abordagem em contexto natural e proximal com a criança, abrangente em relação às áreas do desenvolvimento infantil) e técnicos (com a abordagem comportamental orientando a prática para aprendizagem e modificação de comportamentos). os resultados da análise dos juízes apresentaram nível de concordância suficiente para considerar válido o conteúdo do programa mediação, tendo havido modificações de baixo, médio e alto impactos, sendo os últimos, principalmente, na inclusão de tópicos, como “limitações do programa mediação” e a relação com os mesossistemas, bem como aprimoramento teórico de conceitos e modificação estrutural de um dos instrumentos do programa. são recomendados novos estudos para validade empírica do programa, sistematização de práticas voltadas às famílias, sistematização de práticas voltadas aos profissionais especialistas e escolas, bem como sistematização de programa de capacitação para mediadores psicoeducacionais.