Essa dissertação se propõe a analisar elementos da necropolítica em florianópolis, santa catarina, através de notícias do jornal diário catarinense, no período de 2002 e 2003, acerca de um elevado índice de assassinatos de jovens negros nos territórios de vulnerabilidade social. para tal, foram abordados os conceitos de raça, racismo, branquitude, colonialidade e necropolítica. discorre-se também acerca da construção do imaginário racial da branquitude da região a partir de narrativas históricas que negam ou minimizam a escravidão e o seu impacto, e negam a existência da presença indígena, africana e de seus descendentes. na análise encontrou-se a construção da violência como algo externo à cidade e oriundo de um outro da branquitude associado à migração. além disso, há a produção do medo como afeto que perpetua a legitimidade do funcionamento do estado penal através da política de drogas, assim como o papel da mídia na construção de um consenso social que legitima a guerra às drogas no país e na cidade de florianópolis. em suma, a necropolítica constitui-se em florianópolis, via jornal analisado, pelo papel da criminalização do uso e comércio de drogas e da proposta de militarização da periferia na cidade.