Apesar da recente importância assumida pelos atletas dos clubes de futebol brasileiros, há indícios acadêmicos e empíricos de problemas quanto à recuperabilidade do ativo correspondente a eles. este trabalho endereçou esse contexto ao analisar a evidenciação, mensuração e reconhecimento da recuperabilidade daquele ativo. para tanto, valeu-se de uma metodologia exploratório-descritiva, aplicada sobre uma amostra composta por 198 observações, entre 2013 e 2019, de 34 clubes de futebol integrantes das séries a e b do campeonato brasileiro no ano de 2019. quanto à evidenciação, os resultados apontam para um nível insuficiente, porém crescente, do teste de recuperabilidade e suficiente do reconhecimento de impairment, apesar de este ter sido constatado em apenas 7 observações. em relação ao nível da perda reconhecida nessas observações, identificou-se uma grande variação entre elas. no que toca à estimativa de recuperabilidade, tem-se que a análise realizada no nível do plantel de atletas aponta a presença de apenas 6 observações, de um total de 192, com indícios de impairment não devidamente reconhecido. incidência maior foi constatada na análise complementar realizada no nível dos atletas individualmente considerados, em que 12 das 18 observações apresentaram ao menos 1 atleta com indício de impairment não reconhecido. nesse ponto reside a principal contribuição da pesquisa, ao apontar que o teste de impairment não está sendo devidamente realizado pelos clubes de futebol brasileiros em relação aos seus atletas. por fim, os resultados também indicaram que o impacto patrimonial de se considerar o valor recuperável desse ativo em substituição ao seu valor de registro é positivo, potencialmente justificando a continuidade operacional dos clubes apesar da precária situação financeira retratada em seus patrimônios líquidos.