Esta dissertação se utiliza de processos trabalhistas como fontes históricas, estas foram abertas perante as juntas de conciliação e julgamento dos municípios da região da grande florianópolis durante os anos de 1990 até 2000. estas ações foram mantidas e salvaguardadas pelo tribunal regional do trabalho da 12º região, localizado no município de florianópolis, sendo de crucial importância para a preservação e compreensão da memória coletiva do trabalho no brasil. as ações trabalhistas foram abertas por trabalhadores bancários desta região, empregados pelo banco do estado de santa catarina, instituição financeira pública estadual. à medida que estes trabalhadores eram demitidos do banco, procuraram a justiça do trabalho para reivindicar seus direitos descumpridos durante suas longas carreiras. o conteúdo de suas ações retrata suas experiências no trabalho bancário nesta instituição do período de 1960 até 2000. entre as vivencias individuais e coletivas destes trabalhadores, estão as transformações da economia e da sociedade brasileira, sobretudo durante a década de 1990, como a globalização e a financeirização dos mercados mundiais, a reestruturação produtiva e das dinâmicas de trabalho. o trabalho bancário passou por processos de flexibilização e precarização dos seus direitos, quando as instituições bancárias eram foco das políticas de desestatização e privatização pelas políticas neoliberais. estas ações trabalhistas trazem as experiências de homens e mulheres das mais diversas idades, escolaridades e cargos, dentro das agências do principal banco público do estado de santa catarina da época, na região da sua capital. esta pesquisa recupera, através das ações trabalhistas analisadas, a insatisfação destes trabalhadores com a forma como foram tratados por seus empregadores, e a esperança de ter na justiça do trabalho seus direitos trabalhistas antes violados, agora reparados e indenizados. tendo o banco violado seus direitos das mais diversas formas, como: suas longas jornadas sem a remuneração correta de suas horas extras; suas várias experiências de demissão e desligamento da empresa em processo de privatização, como a adesão a planos de demissões incentivadas, as demissões com justa causa por julgamentos dos comitês disciplinares do banco, e os pedidos de rescisões indiretas frente à justiça pelo descumprimento por parte do empregador dos acordos coletivos de trabalho.