
Universidade Federal de Santa catarina (UFSC)
Programa de Pós-graduação em Engenharia, Gestão e Mídia do Conhecimento (PPGEGC)
Detalhes do Documento Analisado
Centro: Comunicação e Expressão
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Jornalismo
Dimensão Institucional: Pós-Graduação
Dimensão ODS: Social
Tipo do Documento: Tese
Título: LUGARES PARA AS FONTES DE CLASSES POPULARES E DESIGUALDADE SOCIAL NATURALIZADA
Orientador
- DAIANE BERTASSO RIBEIRO
Aluno
- RAFAEL RANGEL WINCH
Conteúdo
A tese investiga a valoração das vozes das fontes de classes populares no discurso jornalístico sobre a pobreza. compreende-se que o jornalismo como campo e discurso estabelece lugares para seus atores socais, especialmente para as fontes de informação. ao ceder e interditar posições, o jornalismo constrói sentidos sobre temas, acontecimentos, situações, indivíduos e grupos. este processo valorativo é fundamentalmente emocional, uma vez que as emoções conformam o estabelecimento de lugares para as fontes, sobretudo no telejornalismo. diante desta percepção, a hipótese do estudo é de que o discurso jornalístico situa as vozes das pessoas pobres em posições que naturalizam a desigualdade social. o objetivo geral da pesquisa é compreender como o discurso jornalístico sobre a pobreza valora as vozes das fontes de classes populares. os objetivos específicos são identificar as posições-sujeito nas manifestações de tais fontes; evidenciar como as emoções se expressam na valoração das vozes das pessoas pobres; discutir como as fontes especializadas e autorizadas integram este processo valorativo; e debater acerca de como a pobreza é apreendida discursivamente pelo jornalismo. a reflexão teórica do estudo se concentra em três grandes questões: a desigualdade social, o jornalismo e o discurso, especificando a discussão a partir de conceitos como classe social, pobreza, fontes, emoção, grande reportagem televisiva, sentidos e vozes. metodologicamente, a tese se ancora na análise de discurso, também a principal matriz teórica da pesquisa. a análise de 1.939 sequências discursivas pertencentes a reportagens dos programas câmera record, caminhos da reportagem e profissão repórter revela uma forte discrepância nos lugares estabelecidos para as fontes de classes populares, indivíduos que vivenciam diferentes situações de pobreza. as posição-sujeito descrição (p.s-d), posição-sujeito lamentação (p.s-l) e posição-sujeito ilustração (p.s-i) dominam 87% da valoração das vozes das pessoas pobres visibilizadas pelas reportagens. em um espaço bem menor, as posição-sujeito opinião (p.s-o); posição-sujeito saber; e posição-sujeito proposição (p.s-p) representam somente 13% do processo valorativo construído pelo discurso jornalístico. tais resultados são tensionados a partir da análise das tópicas da tristeza, alegria, medo, coragem, descrença e esperança, emoções que ajudam a configurar a valoração das vozes, assim como a performance das fontes especializadas e autorizadas. constata-se que o processo valorativo das fontes de classes populares, movimento discursivo comandado pelo jornalismo, é configurado a partir do funcionamento de formações discursivas e formações imaginárias, da internalização de um habitus e do acionamento de emoções. as reportagens organizam perspectivas, cruzam sentidos, mobilizam emoções, abrindo caminho para dois tipos de sentimentos com dimensão prática na vida das pessoas pobres: a aquiescência e a resignação, ambos assentados num conformismo lógico. os modos de posicionamento das vozes das fontes de classes populares corroboram um tratamento naturalizado sobre a desigualdade social, em que a classe social e os cenários de pobreza são jornalisticamente despercebidos como indicadores de um país historicamente injusto.
Pós-processamento: Índice de Shannon: 2.42996
ODS 1 | ODS 2 | ODS 3 | ODS 4 | ODS 5 | ODS 6 | ODS 7 | ODS 8 | ODS 9 | ODS 10 | ODS 11 | ODS 12 | ODS 13 | ODS 14 | ODS 15 | ODS 16 |
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56,46% | 1,49% | 2,02% | 2,51% | 3,07% | 1,26% | 1,17% | 2,00% | 1,84% | 14,51% | 1,94% | 1,14% | 1,39% | 1,58% | 1,19% | 6,42% |
ODS Predominates


56,46%

1,49%

2,02%

2,51%

3,07%

1,26%

1,17%

2,00%

1,84%

14,51%

1,94%

1,14%

1,39%

1,58%

1,19%

6,42%