No litoral de santa catarina formou-se uma sociedade distinta se comparada àquelas onde estavam situados os grandes complexos agroexportadores da américa, mas que igualmente não pode deixar de ser compreendida sem uma análise das conexões estabelecidas com a dinâmica da economia-mundo na qual estava inserida. neste sentido, investigou-se em que medida a sociedade e a economia de mercado local se relacionaram com a economia-mundo capitalista no espaço do atlântico entre 1750 e 1850. para isso, atentou-se aos aspectos econômicos que motivaram a ocupação do litoral de santa catarina pelos portugueses, aos resultados da política de colonização da região, às conexões estabelecidas por este espaço geográfico, à integração dos seus excedentes de produção às cadeias do comércio atlântico, ao modo de organização das unidades agrícolas de produção locais, às características do tráfico e da escravidão na região, ao padrão de acumulação de riquezas dos proprietários de escravos e a hierarquização social por ele definida, aos interesses dos negociantes no financiamento das atividades produtivas da região. ao analisar em diversos aspectos as relações da escravidão no litoral de santa catarina com a economia-mundo no espaço do atlântico, este estudo pretende não apenas demonstrar os resultados dessa integração, mas também contribuir para a revelação de características próprias de reprodução dessa economia, em uma região muitas vezes negligenciada pelos pesquisadores do tema.