O presente estudo teve como objetivo compreender as relações entre a população idosa feminina e o uso de psicotrópicos. a pesquisa realizada na modalidade de entrevista individual e em profundidade, foi realizada com cinco mulheres que acessam um serviço público na cidade de são josé (sc), que usam as medicações psicotrópicas. para coleta de dados, utilizou-se um roteiro semiestruturado que buscou apreender as características sociodemográficas, informações sobre trabalho, renda, habitação e locomoção, sobre acesso à rede de serviços, para que fosse possível um entendimento mais ampliado sobre as experiências do uso de psicotrópicos: contextos, motivos do uso, significados, expectativas, tempo de uso, e, por último, uma breve discussão sobre a pandemia da covid-19. os resultados apontam que o uso de psicotrópicos pelas mulheres está permeado por contextos de privações de direitos, no âmbito econômico, histórico de estresse e sobrecarga no trabalho, relação afetivo-sexual e perda de companheiro, amigos e familiares. a ausência de recursos financeiros é um fator para a restrição de alternativas além do psicotrópico para lidar com situações inerentes à vida. desse modo, o psicotrópico se apresenta como alívio e busca de bem-estar de sofrimento acarretado pelas condições sociais, econômicas e culturais as quais encontram-se submetidas.