A tese propõe compreender a fabricação de cenários urbanos formados a partir de arquiteturas montadas com colagens, com citações do passado. “arquiteturas de fachada”, “passadistas” e “tematizadas”, de forma alegórica. o trabalho apoia-se e desenvolve um conceito pouco usado – o de cenarização – para entender este tipo de produções urbanas, e porque este fenômeno é tão recorrente em várias cidades do mundo, partindo de um olhar mais amplo mas também realizando um aprofundamento a partir de dois estudos de caso: nova veneza e forquilhinha. estas cidades possibilitaram observar, contextualizar e discutir a cenarização dentro da contemporaneidade. através deste estudo, confirmou-se a hipótese de que a cenarização é um modelo muito difundido, influenciado pela globalização e pós-modernidade, e que opera através da fragmentação, do pastiche e do consumo, dos movimentos de deslocamentos temporais. constatou-se ainda que a fabricação destes cenários almeja fins econômicos, a partir de uma produção estética que remeta à imagem pretendida. a partir dos resultados, olhou-se para a arquitetura e para os espaços públicos, ou seja, para os cenários, como uma maneira de compreender as narrativas do espetáculo e da sociedade que as criou, revelando conflitos políticos, relações de poder e disputas pelo domínio simbólico da cidade – que levam a uma transformação significativa em seu território e seu cotidiano. em suma: a tese busca ampliar a discussão a respeito deste tema que, porventura, poderá contribuir para a teoria, história e crítica da arquitetura e do urbanismo contemporâneos.