A energia eólica está crescendo rapidamente na matriz elétrica brasileira e estudos relacionados estão ganhando mais importância no mercado. entretanto, pesquisas referentes a tendências sazonais de geração desta energia ainda são escassas. portanto, este trabalho procurou convergir a engenharia do vento e a meteorologia, com o objetivo de analisar a influência de fenômenos atmosféricos de grande escala na velocidade do vento no nordeste brasileiro (neb), com foco no complexo eólico de morrinhos (mo). o complexo está localizado no interior da bahia, região afetada por diversos fenômenos tropicais. desta forma, foi investigada a influência de sistemas e oscilações meteorológicas na velocidade do vento em mo. primeiro, o efeito da modulação da zona de convergência intertropical (zcit) na velocidade do vento mensal de mo foi estudado entre 2010 e 2017. este resultado mostrou que entre julho e setembro (março) a zcit estava mais distante (próxima) do neb, causando velocidades do vento 10,2% maiores (8,6% menores) que a média anual de mo, com um mês de defasagem. segundo, foi analisada a influência das oscilações climáticas el niño-oscilação sul (enos) e dipolo do atlântico (da) na modulação da zcit e na velocidade do vento em mo. três eventos enos foram analisados, el niño (en – 2015/2016), la niña (ln – 2010/2011) e neutro (n – 2012/2013). apesar dos eventos enos terem influenciado a zcit anual, uma velocidade do vento similar foi verificada tanto para en quanto para ln (4% abaixo da média de 8 anos), enquanto velocidades mais altas foram aferidas no evento n (2% acima). na análise do da foi constatado apenas um evento durante o período investigado. no primeiro semestre de 2009 um da negativo fez a zcit ancorar no neb de janeiro a junho, sendo verificadas velocidades do vento 13% menores que o mesmo período de 2012, ano sem ocorrência de da. por fim, foi analisada a correlação direta entre velocidade do vento e precipitação, tanto no neb quanto em mo, a partir do coeficiente de correlação de pearson. esta análise resultou em correlações negativas ao longo de grande parte do neb, sobretudo em médias quinzenais (entre -0,40 e -0,60), usando dados de reanálise do merra-2. em mo, usando dados de velocidade do vento medidos, a correlação ficou em -0,59, sendo as maiores observadas em janeiro (-0,96) e outubro (-0,70). não foi possível obter uma correlação de pearson confiável nos meses secos, entretanto uma correlação visual foi verificada.