A inspeção de revestimentos de materiais compósitos em tubulações da indústria do petróleo e gás é de suma importância para garantir a segurança de plataformas de petróleo offshore. a shearografia se destaca como uma técnica de inspeção não destrutiva de falhas e defeitos em revestimentos de material compósito, mas, até então, sua aplicação é restrita a tubulações não submersas. não foram encontrados na literatura trabalhos que investiguem a aplicação de shearografia em ambiente subaquático, de forma que o presente trabalho é o primeiro a investigar as dificuldades relacionadas à inspeção de defeitos em revestimento de material compósito em condição submersa. além disto, este trabalho visa apontar e avaliar soluções possíveis para uma aplicação em campo de um sistema de detecção de defeitos por shearografia em ambiente subaquático. para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica relacionada com shearografia, materiais compósitos, utilização subaquática de tubulações pela indústria do petróleo e gás, propagação de luz em ambiente subaquático e técnicas interferométricas em ambiente subaquático. foram realizados testes com os equipamentos ópticos fora da água e o corpo de prova encapsulado e submetido a diferentes tipos de carregamento, tais como variação de pressão interna, carregamento térmico com emprego de lâmpada halógena e um fogão de indução eletromagnética. foi avaliada a influência da água salgada para a medição com shearografia e também a influência de turbulência por meio da simulação de correnteza. os resultados dos experimentos serviram de subsídio para a construção de um protótipo capaz de realizar medições de shearografia com todos os componentes ópticos em ambiente subaquático, que foi testado e validado. os resultados mostram a viabilidade de inspeção subaquática de revestimentos de materiais compósitos. as medições em condição submersa apresentam uma queda de contraste e um aumento no número de franjas de shearografia. o carregamento por variação de pressão interna foi o tipo de carregamento que produziu melhores resultados em condição subaquática. o carregamento térmico em condição subaquática apresenta dificuldades devido à alta condutividade térmica da água, sua alta absorção na faixa infravermelha do espectro luminoso e pela criação de correntes de convecção na água que acabam por influenciar as medições interferométricas. estes resultados mostram que uma futura inspeção em campo de revestimentos de material compósito submersos demanda que seja levado em conta o efeito de refração na superfície água/vidro/ar da janela do encapsulamento, o desenvolvimento de uma forma de carregamento por indução eletromagnética que permita o aquecimento de forma rápida e direcionada para o local de interesse de inspeção e um sistema de fixação rígida entre a câmara de encapsulamento e o corpo de prova.