Esta dissertação está vinculada à linha de pesquisa processos educativos, sujeitos e docência (suped), dentro do programa de pós graduação em educação da universidade federal de santa catarina (ppge/ufsc) e tem como objetivo analisar as relações sócio-raciais estabelecidas entre crianças negras e brancas em uma escola pública em dois terreiros de almas e angola, localizados na cidade de florianópolis, buscando indicar possíveis convergências ou não nas relações entre as crianças. os sujeitos desta pesquisa, são crianças negras e brancas pertencentes aos anos iniciais, mais especificamente 3º, 4º e 5º anos, de uma escola pública estadual localizada na região norte de florianópolis/sc. para atingir os objetivos propostos nesta dissertação, utilizamos o que denominamos de retalhografia de fronteira, ainda, para além do texto escrito, utilizamos o desenho como texto como opção de materialização final dos dados da pesquisa. para fundamentar o uso de desenhos, baseamo-nos nas discussões realizadas pela antropologia visual, mais especificamente nos estudos de kuchiner (2014), lagrou (2006) e azevedo (2016;2017). como resultados, apontamos que a raça é acionada em situações de disputas de poder através do conhecimento (escolar e de terreiros); pela marcação estereotipada do pertencimento meninas negras. ainda, o racismo religioso como potencializador das tensões raciais entre crianças negras e brancas; a branquitude, dentro da escola, realoca as crianças negras para o lugar do não direito; a presença de potentes resistências das crianças negras frente às tentativas de subalternização nos cotidianos escolares. por fim, destacamos como referencial teórico os estudos decoloniais, tais como walsh (2017), gomes (2012), redondo (2015), tomás (2011), quijano (1998;2000;2005;2010) e santos (2010).