O desenvolvimento de nanomateriais vem ganhando cada vez mais espaço nas pesquisas desenvolvidas nos últimos anos. o estudo de novas tecnologias de obtenção desses materiais torna-se então de extrema importância, visto que as sínteses de nanomateriais, em sua maioria, necessitam de reagentes e solventes, algumas vezes tóxicos, gerando resíduos nocivos ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos. isso faz com que seja necessário o desenvolvimento de rotas sustentáveis de obtenção de nanopartículas. dentre os inúmeros tipos de abordagens, a síntese verde se mostra uma alternativa potencial para a obtenção de nanopartículas. nesse tipo de síntese, além de obter resultados eficientes, também tem o seu apelo ambiental uma vez que resíduos vegetais podem ser utilizados no processo. o presente trabalho tem o objetivo de desenvolver uma metodologia para a síntese verde de nanopartículas de zircônia (zro2), a partir da utilização do extrato vegetal de euclea natalensis. além disso, as nanopartículas de zro2 produzidas foram aplicadas para adsorção de tetraciclina. para isso, um planejamento fatorial 2³ foi aplicado no processo de síntese, variando as condições de concentração de extrato vegetal, concentração de precursor e temperatura de calcinação das amostras. as nanopartículas obtidas foram caracterizadas utilizando as técnicas drx, ftir e met. as amostras apresentaram as fases monoclínica e tetragonal da zircônia, de acordo com a análise de drx, obtendo amostras com tamanhos de cristalito mínimo de 5,25 nm. ao avaliar a influência dos fatores estudados no tamanho de cristalito foi observado que apenas as interações de segunda ordem foram significativas no processo. os espectros de ftir confirmaram os resultados obtidos pelo drx, apresentando bandas características das fases monoclínica e tetragonal da zircônia. analisando as imagens de met, as partículas sintetizadas possuíam uma morfologia arredondada e diâmetro médio variando entre 5,90 e 8,54 nm. dentre os materiais avaliados, a amostra 06 (50 g/l de extrato vegetal, 0,03 mol/l de precursor e temperatura de calcinação de 550 ºc) apresentou a melhor capacidade de adsorção da tetraciclina (30,45 mg/g). essa amostra foi utilizada no estudo cinético e de equilíbrio de adsorção. o modelo cinético de pseudo-segunda ordem foi o que mais se adequou aos dados experimentais, com um r² = 0,9930 e velocidade específica de adsorção de 0,016 g/(mg·min). o modelo de langmuir obteve um melhor ajuste dentre os modelos de isoterma de adsorção, com um r² = 0,9919, indicando que o fenômeno estudado ocorre em monocamada.